fui a um festival de verão e não estive em nenhuma fila de brindes - o relato de uma pessoa estranha

já esteve mais longe o dia em que este blog se torna um blog de conjeturas concertuais - ou, falando na linguagem comum, um blog sobre opiniões que ninguém me pediu acerca de concertos a que fui. depois será nomeado como o pior blog dentro dessa categoria mas se isso significa ganhar bilhetes para ir a concertos à mesma, eu aceito - especialmente se forem deste tipo de milagres que aconteceu. andava eu todos os dias a gritar aos sete ventos que queria ir a um concerto do tiago nacaratoemicida e dos ornatos violeta (sobre ir a um concerto do daniel caesar, eu grito às tempestades, é por isso que ainda não aconteceu). que aconteceu, então? o meu irmão perguntou-me se queria ir ao nos alive. claro que tudo o que é de graça (e que tem graça, claro!), a gente aceita e lá entrei eu na onda. "é dia quê?" - por mim, até a orquestra das formigas aceitava ir ver mas fiquei interessadita. "dia 11". fui pesquisar quem ia andar pelo festival nesse dia e temi que eu não fosse uma dessas pessoas a estar presente, tal o chilique que me deu. o milagre aconteceu: tiago nacarato, emicida e ornatos violeta no mesmo dia. no.mesmo.dia. também vi linda martiniweezer e uma banda que ainda não sei quem é - é por isto que somos o pior blog - porque estava a degustar uma bifana de seitan e cheguei a 2 músicas do fim. e como o reles blogzito que somos, vamos já passar à parte mais wild do dia sem antes fazer uma introdução (até porque a introdução seria só "vi. assisti. apaixonei.":

tiago nacarato - a dança
este gajo é incrível. inc-rív-el (não está separado pelas sílabas certas como forma de simbolismo à pasmadice com que fiquei ao vê-lo). eu já sabia que ele era demais mas... socorro, né? agora estou ansiosa (!!!!!) pelo álbum dele e passo os dias agarrada a um cronómetro só a contar o tempo que falta para o álbum sair (só fiz uma pausa para escrever este post porque sabia que ia falar dele) e estou pronta para lhe pedir uma indemnização pelo tempo de vida que passei sem o ouvir.

emicida - a chapa é quente
sabem quando os brasileiros dizem "é foda!"? sinto que o emicida é a personificação dessa expressão: que energia!!! desde este dia que ninguém me contraria a teoria que este ano o nos alive usou o emicida em vez de uma empresa qualquer de luz. e mais: só queria deixar aqui claro para a eternidade (porque o que se coloca na internet, não sai nunca mais da internet) que o emicida sabe que eu existo.

ornatos violeta - ouvi dizer
se eu sei quem sou depois disto? eu não sei.

ornatos violeta - deixa morrer
a primeira pergunta que fiz aos médicos mal nasci foi: qual é a sensação de se ouvir a música preferida de uma banda que nunca na vida se pensava ser possível ouvir ao vivo? eu tinha acabado de nascer mas ouvi um sussuro a dizer "calma, minha menina, no dia 11 de julho de 2019 saberás a resposta". e soube. mas não sei explicar qual é a sensação mas foi, com certeza, melhor que comer pizza com sumo de laranja natural e gelado à sobremesa - que só por sim é maravilhoso, então imaginem... e a melhor parte nem foi ter ouvido a minha música preferida dos ornatos ao vivo; foi ouvir o manel cruz a dizer que achava que aquela era uma das melhores músicas dos ornatos. sim, é. confirmo, comprovo e atesto.


coisas menos boas do nos alive (estas vêm primeiro para depois virem as boas e acabarmos o post com positividade):
  • o staff não é a coisa mais organizada de sempre. levei o meu cantil de 0,8 L já com 80% de certezas que seria barrado à entrada. perguntei a 2 pessoas do staff, antes de entrar, se achavam que podia entrar com o cantil - porque a distância da entrada no recinto ao bengaleiro (onde se podem guardar este tipo de coisas) ainda dá para uns quantos passitos a pé e convinha não andar para trás e para a frente. não sabiam. cheguei à entrada do recinto, o senhor agente que me revistou também não sabia se podia entrar com o cantil e perguntou a um colega que disse que não podia. "ok, então vou pô-lo ao bengaleiro", disse eu. "podes deixar aqui e depois quando saíres vens buscá-lo", respondeu o senhor agente. olhei para o chão e já estavam lá vários outros cantis. tudo bem, deixei o meu também. ao sair, não havia cantis em lado nenhum. fui perguntar onde estavam os cantis, ao que me respondem "todos os cantis aqui deixados foram deitados no lixo". hmmmm... que bom saber!
  • sendo que não é possível entrar garrafas, os preços da água dentro do recinto davam para comprar uma etar inteira e, quando se compra, tiram logo a tampa, sinto que devia sair do nos alive (e de outros festivais e concertos, porque é comum) já com o diploma de licenciatura em engenharia civil só pela destreza que tenho de ter para que uma garrafa sem tampa não me molhe a mochila toda - isto é, se não quero estar com um copo de água ou uma garrafa (sem tampa, claro) na mão durante o dia todo.
coisas boas do nos alive:
  • só lá estive 1 dia e nem sequer andei muito pelo recinto mas, do que vi, o ambiente é super descontraído e familiar, era capaz de ir ao festival sozinha e sentir-me super segura;
  • o tempo de espera entre os vários concertos que acontecem é relativamente curto;
  • o facto de haverem coisas a acontecer (seja música, seja comédia) em vários palcos é também um ponto positivo (caso não sejam dois artistas/bandas que queremos ver e estejam a tocar ao mesmo tempo) porque não temos de estar 3974126 vidas à espera para um determinado concerto e podemos ir vendo outros em diversos palcos;
  • não sei se o anjo das primeiras filas de que falei no post anterior está mesmo a meu lado mas a verdade é que em todos os concertos a que fui (e foram em 3 palcos diferentes, sendo 3 deles no palco principal), fiquei sempre à frente em todos e acho que é relativamente fácil consegui-lo, desde que não se vá para lá mal esteja a começar ou vá, a 5 minutos de começar;
  • uma das coisas que mais me deixa desconfortável em festivais ou feiras deste tipo é que a única coisa que têm para eu - pessoa que não come carne - comer é caldo verde que, na maioria das vezes, leva chouriço, o que me deixa enojada e acabo só a comer pão com manteiga. mas o nos alive tem muita opção de comida e então fui experimentar uma bifana de seitan da veggie lovers truck que, para além de ser delicioooooooosa e vegan, não é nada cara comparada com os preços que se estavam a fazer dentro do festival.

tudo o que fiz em 4 meses: comi cenouras cruas e bolachas marinheiras todos os dias de manhã à noite e fui feliz assim

como assim alguém permitiu que eu ficasse quase 4 meses sem publicar no blog? aliás, como é que o meu blog não foi desqualificado por falta de comparência? e o pior de tudo é que sinto a ferrugem a corroer-me os dedos enquanto escrevo este post, tal a falta de prática. mas tive desculpa: pelo que dizem, este foi o pior semestre do meu curso e, em certa parte foi, uma vez que os professores tinham a alacridade, o gáudio, o regozijo de nos mandarem trabalhões todas as semanas, de uma semana para a outra, de tal forma que, se parasse 2 segundos para fazer uma inspiração mais prolongada, já estava chumbada à disciplina por não estar agarrada ao computador a escrever e a fazer trabalhos e trabalhos e trabalhos. então, coisas que aconteceram desde que não venho ao blog, ou seja, desde a minha vida passada:
  • consegui fazer todas as disciplinas deste semestre à primeira, sem ter de repetir nenhuma em recurso - se tivesse de fazer, provavelmente estava ainda a stressar em vez de estar a escrever este post;
  • tive 19,1 no teste de economia. podia ter tido mais se não tivesse saído mais cedo por já estar farta de estar a fazer o teste... mas 19,1 é bom!!!;
  • gravei uma curta-metragem e foi i-n-c-r-í-v-e-l, aprendi montes de coisas, trabalhei com amigos e conheci gente muito boa!;
  • fui à feira do livro e vi a lua, júpiter e 4 luas de júpiter por um telescópio. será que chorei? chamem o meu advogado que eu respondo;
  • comecei a fazer exercício físico. se vai durar mais uma semana? não sei. mas o meu rabo cansado teve toda a força mental do batman para começar, é o que interessa na equação;
  • como sou uma criança, fui a um parque onde havia baloiços, tive a excelente ideia de não me segurar tão bem quando o baloiço estava a andar a 487482 km/s e acabei aterrada no chão, andei com o braço todo lixado durante uns dias e uma ferida gigante no cotovelo, tal e qual as crianças de 5 anos que, no fundo, é isso mesmo que eu sou;
  • o meu telemóvel velhinho e lento faleceu. deixei-o ir até ao fim da sua vida em vez de o trocar logo porque sou forreta e não queria gastar dinheiro num telefone novo o amo demasiado mas a sua hora chegou e agora está guardado num móvel e honro-lhe a alma todos os dias; 
  • com isto, comprei um telemóvel novo e sou de novo uma senhora idosa que não sabe ler, nem escrever e, muito menos, mexer em telemóveis. mas este telemóvel já tem a capacidade de ver os emojis que me mandam - foi o grande avanço tecnológico desta década da minha vida!;
  • chorei muito porque o meu fofuxinho daniel caesar lançou um álbum novo sem estar à espera (hmm hmm... claro que não esperava...) e tem uma música linda (esta) que me fez ainda não ouvir o álbum todo (sendo que esta é a 2ª música do álbum, ou seja, ainda só ouvi duas) porque não consigo ouvir outra;
  • chorei ainda mais quando as anavitória e o vitor kley lançaram este amorzinho de música e de videoclip - e vou morrer a chorar quando as for ver às festas do mar em agosto;
  • estive a 5 cm da minha girl crush catarina palma. não tenho mais nada a acrescentar;
  • tenho ouvido tanta mas tanta mas tanta música nova e artistas novos que o meu coração está mais cheio que os oceanos dentro de um copo de shot;
  • vi um concerto da cuca roseta (na primeira fila), a voz dela é linda de morrer e estava lá a tocar o meu futuro produtor (imposto por mim) diogo clemente e, obviamente, a minha alma estava aos berros;
  • vi (mais) um concerto dos hmb (como manda a velha tradição, na primeira fila) e esta parte é sensível para mim porque 1. já estava à espera de ir a um concerto desta tour há tanto tempo e agora pude, 2. o concerto foi no mesmo sítio em que os vi pela primeira vez e, durante este tempo, o meu amor pelo héber marques só aumentou e 3. o dito cujo héberzito olhou para mim várias vezes e ainda estou ligada a uma máquina de oxigénio porque não fui preparada para esse acontecimento (foi por isto que também fiquei tanto tempo sem vir ao blog, claro).
  • a galp ofereceu-me bilhetes para ir ver a banda por quem eu mais me apaixonei no primeiro semestre de 2019: os melim. mal soube que eles vinham a portugal, marquei uma viagem para a terra de jesus cristo, acendi lá uma velinha para ver se, por um qualquer milagre, eu conseguia ia ao concerto dos melim e o meu desejo acabou a ser concedido e, para além disso, mais uma vez, o anjo das primeiras filas guardou-me um espacinho à frente e no meio, mesmo tendo entrado todo um batalhão de seres humanos antes de mim. se cantei no concerto? do início ao fim. se chorei no concerto? também na mesma medida. se me apaixonei no concerto? diogo melim é o seu nome. se os achei incríveis? porra, nem digo nada. e a linda que a gabi melim é? fiquei sem palavras de tão sem palavras que fiquei;
  • nesse mesmo concerto, vi também a carolina deslandes, ou seja, ouvi uma das minhas músicas portuguesas preferidas bem à minha frente!!!!!!