shimbalaiê

olá. esta sou eu a ser feliz no estúdio.

7 de dezembro de 2017, 18h22

todos os anos peço para que o ano demore a passar. a meia-noite do ano novo faz-me sempre sentir alguma melancolia momentânea. há quem diga que o tempo não existe mas as rugas na cara dos meus avós e o esbranquiçado nos cabelos dos meus pais denunciam-no. eu ainda não tenho rugas nem cabelos brancos mas sei que o tempo também passa por mim e que, cada ano que passa, é mais um ano que já foi. o começar de um novo ano lembra-me sempre disso e, portanto, vejo-o sempre como um (re)começar de um novo ciclo, o que encarrega alguma responsabilidade e receio.

no entanto, este ano estou ansiosa pelo ano que se aproxima. talvez seja por andar mais feliz todos os dias - o que não era rotina nos anos anteriores -, talvez seja por ter a oportunidade que nunca pensei ter de fazer música. no sábado, faz uma semana que fiz 21 anos. 21 anos já denunciam alguma existência de "tempo". não comi bolo de aniversário, eliminei a opção de escreverem no meu mural do facebook e acabei só a receber mensagens de pessoas que realmente são próximas de mim, não tive nenhuma festa de aniversário. tudo o que fiz foi ir almoçar fora com a minha família a um sítio super baratinho mas bom e depois fomos passear à praia da figueirinha - sempre quis ir lá e agora fui sem sequer saber como lá cheguei. no entanto, foi o meu melhor dia de aniversário.

e é a este tipo de coisas que tenho dado tanto valor ultimamente e acho que foi assim que acabei por perceber onde está a felicidade: nas coisas pequeninas. não é cliché. fico genuinamente feliz quando a senhora da limpeza da minha escola sorri para mim, quando o senhor do armazém conversa comigo sobre coisas da vida dele mesmo que eu nem saiba o nome dele, quando o meu professor foi comigo à biblioteca procurar os melhores livros para ler, quando os meus amigos dizem que gostam de mim.  a coisa mais importante que aprendi este ano foi no quão importante é ajudarmos as pessoas e dizermos-lhes o que sentimos sobre elas: que gostamos delas, que gostámos de certa atitude delas, que estão especialmente bonitas hoje. tenho cada vez mais este hábito e recebo ainda mais do que dou em dobro.

talvez seja por isto que, pela primeira vez, quero que o novo ano chegue: por sentir que estou mesmo no sítio certo, à hora certa, rodeada das pessoas certas. sinto que vou começar o novo ciclo com energia positiva à minha volta e que há algo de grande e bom a chegar. sinto que é este ano que os meus sonhos vão começar a tornar-se realidade. há algo que me grita isso todos os dias na portinha do meu coração. e é incrível sentir isto.

31 de dezembro de 2017

to do list para 2018:
1. ler mais livros
2. conhecer mais músicas
3. fazer mais músicas
4. escrever mais no blog
5. ter a carta de condução
6. colocar mais vídeos no meu canal do youtube
7. estudar mais
8. começar a tocar bem piano
9. comer mais fruta e beber mais água
10. fazer, pelo menos, 2 videoclips
11. acabar um ep ou um álbum
12. doar mais para instituições solidárias

também queria que as pessoas fossem mais fixes umas para as outras, que certos governos deixassem de fazer do mundo um campo de guerra e que houvesse menos diferenças nos mundos. somos todos feitos a partir das mesmas estrelas.

e com isto, deixo a música que mais me obriga (já passou a fase de só motivar) a levantar o rabiosque quando estou a procrastinar em vez de fazer o que tenho e quero fazer.


lutem pelos vossos sonhos e sejam fortes! 
feliz 2018! :)

das coisas pequeninas de valor gigante

um dos meus pontos altos deste ano foi ter ido a um concerto das anavitória quando elas estiveram cá em lisboa. quando soube que elas vinham, marquei logo o dia para ir. não podia faltar. não. podia. faltar. já as conheço há tempo suficiente para não saber dizer há quanto tempo. o dia em que decidi ouvir o álbum inteiro delas foi também o dia em que a minha música se tornou mais sincera - despida de receios das palavras. passei a falar de amores que vão, da rispidez quente da vida, de saudades de amores e da vida. não sabia se aquela era a única vez que podia vir a ver e, então, fui.

adoro ir a concertos com a minha mãe. às vezes, parece que ela entra num mundo à parte nos concertos: canta palavras que nem sabe, dança sem pensar que ninguém está a ver e, se pensa, dança ainda mais. fomos cedo para a fnac e, então, conseguimos ficar nos lugares privilegiados. a minha mãe só sabia que eram cantoras, uma morena e outra de caracóis. não sabia nenhuma música. elas entraram no palco e tiveram ainda de fazer o soundcheck com toda a gente a assistir. ainda não tinham começado a cantar realmente e a minha mãe já estava a adorar. mas mal começou a sério, lá estava a minha mãe a cantar palavras que não sabia e a dançar.


o concerto foi pequenino mas foi mágico. talvez fosse da intimidade do concerto, mas eu acho que foi mesmo delas: a energia, o ar, a magia delas. como estávamos nos tais lugares privilegiados, no fim, podemos logo ir falar com elas. a minha mãe conversou imenso com elas e abraçaram-se. eu só falei um bocadinho (mas o suficiente) e tirámos uma fotografia a fazer caretas (ficou demasiado grave para eu própria autorizar a que saia da mera galeria do meu telemóvel). quando nos despedimos, dei um abraço a cada uma. a ana, a morena da guitarra, abraçou-me com força naqueles 5 segundos que pareceram horas. horas bem passadas. sabe bem quando gostamos de um artista e o artista é ainda melhor ao vivo do que aquilo que já conhecíamos - e já gostávamos. sai dali feliz. feliz porque a minha mãe estava feliz. feliz porque, mais uma vez, tinha encontrado mais um ramo da minha própria árvore musical.

agora, é estranho (mas bom) ouvir tantas vezes a trevo (tu) na rádio. elas foram tão acolhedoras que acabo sempre a ser transportada para aquele dia e parece que estão duas amigas minhas a cantar na rádio do carro. a minha mãe, claro, começa a cantar (agora já sabe a música), a bater palmas e a dançar. ah! e já agora: o agente delas também é o agente do tiago iorc e, então, pedi-lhe para que ele fosse o próximo a vir e ele sorriu. vou pensar que aquele sorriso foi um "sim", que vem em 2018 e que, portanto, vou-me casar no próximo ano.

ouvi dizer que o pai natal este ano andou no fitness e está mais magrinho

ontem de manhã, fui ao supermercado comprar pão. quando estava a tirar o saquinho para colocar o pão, reparei na senhora sem sobrancelhas e com um gorro à minha frente. "deve ter cancro", pensei. o meu respeito pelas pessoas que têm de carregar com o cancro aos ombros é de tal tamanho que já me fez cortar o cabelo (que quase chegava à anca) pelas orelhas para o doar.

mas voltando à senhora do supermercado: depois de tirar o saco, fui buscar o pão. tirei outro saco e fui buscar palmiers para comermos cá em casa ao lanche. quando estava a começar a tirar, senti alguém a tocar-me nas costas. era a senhora a sorrir para mim. pensei que ela também queria tirar alguma coisa e, então, cheguei-me para o lado e ela disse "só agora é que reparei que és tu". isto acontece-me muitas vezes: pessoas que me acabam de conhecer e dizem que já me conhecem de algum lado, pessoas que vêem ter comigo a pensar que sou outra pessoa. fiquei a olhar para ela e a pensar "deve-me estar a confundir com alguém" mas não disse nada e aproximei-me para a cumprimentar. "estás boa?". ainda não sabia quem ela era mas respondi que sim. "como está a tua mãe?". foi aí que percebi quem era. era a cabeleireira a que costumava ir e que, por acaso, cortou-me o cabelo quando o fui doar à liga portuguesa contra o cancro . a vida tem destas voltas estranhas.

voltámos a encontrar-nos na caixa para pagar. saí primeiro que ela e dei-lhe um beijinho. "feliz natal", ela disse-me. "feliz natal", respondi. e fui embora a pensar. para ser sincera, não sei bem como funciona o cancro: não sei se alguma vez temos a certeza se estamos completamente bem ou não, não sei se chegamos a ter alguma certeza no que quer que seja. a vida é demasiado imprevisível para ter certezas, no geral. mas quando alguma doença aparece, creio que essa imprevisibilidade aumenta de tamanho e torna-se maior que o mundo. deixa-me triste pensar neste tipo de coisas. não sei até que ponto é que a felicidade de ter comida na mesa, alguém com quem a partilhar e o calor humano são suficientes para conseguirem tapar a incerteza de uma doença tão gigante, especialmente nesta altura do ano. talvez a solução passe por viver um dia de cada vez, sem preocupações do que virá amanhã. e hoje é dia de natal e, portanto, temos todas as desculpas do mundo para comermos sonhos e bolo rei de chocolate e todas as coisas boas sem nos termos de preocupar durante o ano inteiro. e portantooooooo:

(só porque ainda não vi nenhum anúncio sobre o sozinho em casa este ano)

das ideias loucas que correm bem

ontem foi o meu último dia de aulas. quando estava a ir para a faculdade, pus-me a pensar em tudo isto: em ter mudado de curso. é só uma coisa mas é o suficiente para dizer tudo isto. se tivesse continuado no outro curso, teria ido para o último ano de licenciatura. "que tola, luísa, devias ter acabado! era só mais 1 ano!". mas não quis. e ainda bem que não. desde que decidi que ia mudar de curso, não voltei atrás com a ideia. pensei em cursos da mesma área em que estava (ciências) porque, no sentido normal da vida, era o que faria mais sentido. mas acabei a candidatar-me a um curso de artes. e entrei.

há quem me ache louca. há quem me ache heroína. eu acho que só fiz o que era correto. larguei o que me fazia mal e procurei um caminho alternativo. e com isto aprendi a maior lição deste ano: podemos calhar num caminho melhor ou num caminho pior mas, se não estamos bem, mudamos. fim. nestes dois últimos anos, sentia-me encurralada num quarto com as paredes altas, destapado e sempre com nuvens escuras e chuva lá dentro. o que perdia se tudo mudasse? nada. tive a sorte de calhar num caminho melhor. nunca senti o contrário e, a cada dia que passa, sinto que, neste caminho, estão a crescer cada vez mais flores e os pássaros a cantar cada vez melhor. e é incrível.

se ainda estivesse na outra faculdade, por esta altura estava a sentir-me derrotada pela vida, a pedir ao universo para que, por alguma razão, acabassem com o meu curso para não ter de ir mais. claro que não tem sido fácil. já chorei durante um teste que me correu mal estando eu super bem preparada, já mandei trabalhos que me demoraram imenso tempo a fazer para o lixo, já fiz trabalhos desde o início no dia da entrega porque achei que o que ia entregar não estava bom. há dias passados na faculdade em que chego a casa como se o meu cérebro tivesse passado o tempo todo a fazer twerk. mas tem tudo valido a pena: o curso, as pessoas à minha volta, a liberdade de um curso mais artístico, mas, especialmente, a felicidade e o sentimento de dever pessoal cumprido ao fim do dia.

tenho saudades tuas, blogosfera

olá! sim, estou bem.
como vai isso por aí?
vou-te falar do que por aqui vem
fala-me também de ti

tenho andado na escola
acho que encontrei o lugar certo
também tenho tocado viola
e a felicidade tem andado por perto

tenho tido muito para fazer
mas não tanto quanto pensava
não tenho tanto para dizer
mas se tivesse, cantava

as férias estão quase aí
é só mais um bocadinho
e tudo o que até agora atraí
tem-me posto cada sorrisinho

tenho 2 meses de férias para compôr
andam tantas ideias no ar
desde o frio, à amizade, ao amor
não tenho mais tempo para adiar

tenho andado com alegria
agora e com tudo o que aí vem
andei a ver se te via
conta-me coisas, se está tudo bem

no meio disto tudo, perdi o meu capo. é hora de dizer RIP capo

há 2 sábados atrás, houve mais um concerto da escola de música onde ando, em que cantei uma música e toquei guitarra com banda. não fiquei tão ansiosa quanto da última vez - fiquei mais nervosa que ansiosa, sentia que não ia correr muito bem. o ensaio da manhã não foi mau de todo - exceto a letra da música, que esqueço sempre. o concerto foi à tarde e eu fui uma das primeiras pessoas a atuar. estava a tocar muito bem até que comecei a cantar e - para meu óbvio espanto, porque nunca acontece (uma ironiazinha aqui só para não parecer que é rotina) -  esqueci-me da letra. "começas bem, miúda", pensei. continuei em frente. baralhei os acordes todos porque não me estava a conseguir ouvir bem e pensava sempre que estava errada. "wow, isto está muita bom. arte abstrata". continuei em frente. parei de tocar e cantei só com a banda. "ok, isto já deixou de ser mau para ser cringe". continuei em frente. "ok, última parte. por favor, não te enganes". toquei, cantei e lá me safei nessa última parte. saí do palco e sentia-me mal. se pudesse, não voltaria a repetir por estar tão envergonhada. eu adoro estar em palco, é das melhores sensações - mas não quando corre mal assim. passei o resto do concerto (enquanto os outros atuavam) a pensar no que tinha acabado de acontecer.

a minha mãe gravou um bocadinho da minha atuação e, à noite, lá ganhei coragem para ver: a guitarra afinal não estava assim tão má, a minha voz não estava assim tão trémula quanto pensava no momento. no dia seguinte ao concerto, o meu professor de música mandou-me uma mensagem a dizer que houve muita gente a dizer-lhe que gostou da minha atuação e que perguntaram quem eu era. sinceramente, não sinto que fiz o melhor que podia mas já estive a pensar bem acerca desta situação e há coisas que têm de acontecer. e esta foi uma delas. tenho a certeza que a próxima vez vai ser muito melhor (mas vou levar uma pá para me esconder, just in case) e que vão achar que o jimi hendrix e a beyoncé decidiram entranhar-se em mim.

sinto-me a típica aluna nerd (mas ainda com medo de apresentações orais)

se a faculdade tem sido cansativa: sim, tem. tem sido cansativa ao ponto de me deitar às 4h da manhã e acordar às 8h a pensar que já são 12h e não vou ter tempo para nada. tem sido cansativa ao ponto de, mesmo só tendo dormido as tais 4h, ter energia suficiente para não me voltar a deitar e, em vez disso, levantar-me, ir tomar o pequeno-almoço e ir fazer trabalhos ou estudar. isto é, quando me apetece tomar o pequeno-almoço - já não foi só uma vez que o saltei. os almoços feitos lanches ou os lanches feitos mero petisco também não têm faltado.

se tem tudo valido a pena: sim, tem. deixei de chorar de manhã ao ir para a faculdade, como se isso fizesse obrigatoriamente parte da rotina. na maioria das vezes, divirto-me a fazer os trabalhos (embora os professores sejam a personificação da exigência). comecei a conseguir organizar-me de tal forma que tenho muito pouca matéria em atraso e, na altura dos testes, consigo ter tudo minimamente estudado algum tempo antes.

se tem sido fácil: não. mas voltei a aprender que, com esforço e trabalho, tudo se consegue.

das montanhas russas e dos trampolins

(fotografia tirada por mim. intitulei-a "coisas boas de sair tarde das aulas")

há quase 1 mês que não escrevo aqui. tenho muita vontade de escrever mas não sei o que dizer, não sei como me sinto. para cada coisa que vivo, parece que há alguma coisa errada por detrás: as coisas boas não são assim tão boas, as coisas muito boas não as sinto tanto. a minha insegurança sobre mim e sobre os outros, a minha falta de confiança sobre mim e sobre os outros: pesadelos. todos os dias parecem iguais e, em todos eles, há uma nuvem cinzenta estranha.

introvertida, preciso de tempo sozinha - tempo esse que não tem existido, em lado nenhum. apesar de ter mais trabalhos, nesta faculdade não tenho de estudar tanto quanto tinha de estudar na outra e é tudo mais calmo, mas a minha cabeça está sempre em todo o lado e não consigo assentar: demoro a adormecer, acordo às 7h a pensar que já é tarde para viver nesse dia e que já deixei tudo por fazer, vou abaixo com coisas simples, estou sempre insegura com tudo, não tenho escrito canções e, nos ensaios para o concerto da escola de música, a minha voz não sai porque tenho uma luísa em forma de diabinho no meu ombro a dizer-me coisas feias ao ouvido. sinto-me longe de mim, é isto.

hoje de manhã, mais uma vez, acordei mais cedo do que podia e, mais uma vez, não tão feliz quanto deveria. fui tomar o pequeno-almoço e pus-me a pensar nisto. voltei ao mês passado, ao início das aulas, onde só queria uma coisa: dar o meu melhor para acabar a faculdade o mais depressa possível para depois dedicar-me só à música. entretanto, ao começar a conhecer as pessoas, acabei por deixar que outras coisas afetassem o meu principal foco. decidi, então, ajustar o meu acelerador para saber quando devo seguir em frente sem medos e os meus travões para saber quando parar. às vezes é preciso irmos abaixo.

e também já pensei em ir a fátima rezar para conseguir fazer a licenciatura em 1 ano em vez de 3

a 2ª semana de aulas chegou ao fim. durante esta semana, tive mais ou menos 4859 crises de insuficiência pessoal, 4859 ataques súbitos de auto-confiança, 1396 vezes vontade de desistir e 1396 vezes vontade de continuar. felizmente, neste momento, estou numa dessas vezes em que quero continuar.

estou a tentar ao máximo conciliar a música com a faculdade e, por enquanto, estou a conseguir. já reparei que os meus colegas ainda não começaram a estudar para os testes - porque temos poucos e são mais para o fim do semestre -, nem começaram a fazer os trabalhos - que são imensos mas ainda falta algum tempo para começar a entregar. eu já comecei a fazer os trabalhos e tenho o estudo em dia (tenho estudado à noite, que era algo que eu só fazia quando estava mesmo desesperada, a escorrer quilos de matéria pelos cabelos).

ao mesmo tempo, tenho trabalhado nas músicas já feitas e tenho feito músicas novas. confesso que já faltei a uma aula porque me apeteceu mesmo vir para casa fazer uma canção (foi só uma vez! prometo que vou tentar fazer isto o menor número de vezes que conseguir!). uma das minhas músicas novas - uma das que mais gosto! - foi inspirada numa situação que aconteceu na faculdade e que ocasionou uma daquelas vezes em que quero desistir. adoro não falar todas as aulas sobre carne e animais mortos, demorar pouco tempo a chegar a casa e poder estimular a criatividade todos os dias. mas claro que nem tudo é perfeito e, estando eu, mais uma vez, num mundo completamente diferente, juntando isto ao facto de ter uma dificuldade estranha em conseguir dar-me às pessoas, ainda me estou a adaptar enquanto já há gente adaptada e há vezes em que há um choquezinho em mim. mas sinto-me tranquila, afasto-me da negatividade que possa haver, tento fazer as coisas com a maior calma possível, tento depender apenas de mim mesma e sinto que já cresci, no meio das pequenas coisas que consigo conquistar diariamente.


ps: eu sei que, há 3 vidas atrás, disse que o videoclip da música nova estava quase quase quase a sair e, 3 vidas depois, ainda não saiu. estou a resolver as maravilhosas burocracias (já declarei o meu amor por isto aqui) relacionadas com os direitos da música e, depois, lá sai tudo prontinho e - espero eu - bonitinho.

vou ser nadadora-salvadora das tartarugas preciosas daquele lago de dia e guarda no museu à noite

aos domingos de manhã, a entrada em alguns museus é grátis. já que tinha de arranjar um sítio bonito para ir tirar umas fotografias para um trabalho, juntei o útil ao agradável e fui visitar o museu nacional do teatro e da dança com o meu irmão (foi ele que me deu a ideia).

começamos por visitar o jardim do museu nacional do traje (fica no mesmo recinto que o museu do teatro e da dança) porque era num jardim que eu queria tirar as fotografias. eu não sabia - e acho que a maioria das pessoas não sabe - que ali há um jardim tão grande e bonito. 





de seguida, e antes de irmos embora, fomos então visitar o museu nacional do teatro e da dança. estava uma exposição com trajes a ser retirada mas ainda fomos a tempo de a conseguir ver - e achei incrível. o próprio museu do teatro e da dança também tem muitos trajes de várias personagens de várias eras da história do teatro. confesso que, adorando o fernando pessoa com tudo o que ele inclui como adoro, ainda fiz cálculos matemáticos para ver se as roupas dos seus heterónimos e da ofélia cabiam na minha mochila mas não dava e, então, deixei-os lá. neste museu, também há umas exposições de miniaturas (algumas bastante irónicas), máscaras, roupas de dança, entre outras coisas.





entretanto fui votar e agora estou só a tentar que uma entidade superior qualquer conceda os meus desejos do estado dar mais dinheiro para a cultura porque é uma parte tão tão tão importante, necessária e bonita do país!

se eu conseguir sobreviver até ao fim do semestre, estou apta para sobreviver a um (mini) furacão

a semana passou tão rápido que ontem, ao despedir-me dos meus colegas novos, disse "até amanhã" a pensar que ainda era quarta ou quinta-feira. isto significa que sobrevivi à primeira semana de aulas na faculdade nova - e não foi assim tão difícil.

antes da primeira aula, andei às voltas a tentar descobrir a sala, até que decidi que o melhor era mesmo ir perguntar a alguém e lá consegui encontrar e perceber onde estão as salas e como funciona aquilo tudo. desde aí, nunca mais me perdi - e é assim que me sinto crescida! ainda não usei a casa de banho, ainda não bebi água de nenhuma torneira (é um fator importante para saber se aprovo ou não a escola!) e ainda não entrei na biblioteca - na verdade, já tentei entrar duas vezes mas aquela porta não se dá bem comigo e eu sinto que é um sinal do destino a dizer que vou passar lá alguma situação embaraçosa e é melhor ir-me preparando!

as pessoas são super diferentes do que eu estava habituada por serem diferentes umas das outras em todos os sentidos (e é aqui que começo a cantar aleluia num coro de 100 vozes mesmo que esteja sozinha!). não conheço muitas pessoas da minha turma porque é uma turma grande, as pessoas que estavam na praxe dão-se mais entre si e, como já se conhecem da praxe, não falam tanto com as pessoas que não foram à praxe (é normal: entusiasmo histérico de aluno de 1º ano) e, portanto, as pessoas com quem me dou são pessoas que, tal como eu, entraram pelo regime de mudança de curso, pessoas que entraram agora (o "agora" significa "ontem") na 2ª fase e pessoas que não foram à praxe e vão tentando meter conversa com outras pessoas que também não foram. para ser sincera, tanto na faculdade em que estive antes quanto nesta faculdade atual, tive e tenho a sorte de ter alguém menos envergonhado que eu que mete conversa comigo logo na primeira aula. também costumo falar com uma aluna e um aluno de erasmus, ambos vindos da turquia e, não sei porquê, mas acho que me vou casar com um turco - o adam levine não elogia os meus cozinhados, ele não me merece, vamo-nos divorciar!

os professores, na maioria (há um que... ehhh... deixo de ter medo de palhaços para passar a ter medo dele!), são muito simpáticos e deixam-nos à vontade para tirar dúvidas. não tenho muitos testes (o que é bom) mas tenho montes de trabalhos (o que é menos bom) em que é preciso muita criatividade para ficarem bem feitos (o que é deliciosamente assustador e assustadoramente delicioso!). eu sinto que já passei uma vez pelo que era a "novidade" do ensino superior (como as praxes, a quantidade de estudo que é bastante superior ao secundário, entre outras coisas) e que agora é o momento para eu fazer isto bem e com outros olhos que não os olhos de "isto é tudo novo! quero saber tudo o que isto inclui!" e, por enquanto, não estou a pensar voltar a mudar de curso (há 1 ano eu estava a dizer exatamente o mesmo e agora...) e estou a planear empenhar-me a sério para despachar isto o mais depressa possível para depois ter todo o tempo do mundo só para a música.

pode ser que fique com metade do swag da marisa liz e metade da voz rouca linda do tatanka

este ano, como em todos os anos, combinei ir com os meus pais à feira da luz, em carnide. inicialmente, combinámos ir só ao concerto dos amor electro - acho que já fui a mais concertos dos amor electro do que eles próprios. o concerto estava marcado para começar às 21h30, nós chegámos um bocado antes das 21h e o recinto já estava cheio mas ainda conseguimos ficar na quinta fila. mesmo depois de uns quantos concertos, ainda não me cansei e voltava a ir a outro hoje e só não ia amanhã porque estaria a morrer de sono por já começarem as aulas. bem, na verdade, ia na mesma. eles são sempre super brutais e adoro como interagem com o público!

também fui ao concerto dos the black mamba. e... ok, sobre este concerto preciso de falar com muuuu(...)uita calma e delicadeza. confesso que não conhecia muitas músicas deles, sempre prestei mais atenção só ao tatanka (o vocalista) e, sabia que, provavelmente, como era um concerto da banda, ele não ia cantar músicas só dele. já sabia que ele era um músico do caraças, as poucas músicas dos the black mamba que eu conhecia também são do caraças, uma das minhas músicas preferidas é deles (esta) mas... eu não estava mesmo à espera - foi muito melhor do que estava à espera e fiquei chocada com a (estupidamente) boa qualidade. fiquei mesmo na primeira fila com a minha mãe e o tatanka vinha imensas vezes mesmo para a nossa frente, como se pode ver aqui:

(e aqui também se pode ver um bocadinho da boa qualidade)

como não conhecia a maioria das músicas e dada a boa qualidade musical que pairava naquele palco, aproveitei mais para prestar atenção aos pormenores das músicas e ao que os músicos faziam do que só para me divertir (mas diverti-me muito à mesma!). quando estou nesta bolha musical egoísta, costumo fazer caras e movimentos estranhos, como se estivesse mesmo a tocar. e eu acho que os dois músicos que estavam nos instrumentos de sopro repararam porque estavam a olhar muito para mim (até a minha mãe reparou e disse-me). eu prestei muita atenção a eles porque quero entender melhor como funcionam os instrumentos de sopro e, desde aí, já sonhei umas quantas vezes com isso e sinto que é uma entidade superior a obrigar-me a pensar em pôr mais trompetes e saxofones nas músicas que faço. para além disto, a certa altura, o tatanka deixou cair o chapéu para a frente do palco.

e quem é que agora tem aquela pena que ele tinha no chapéu? eu!


quando ele deixou cair o chapéu, a pena saltou e veio parar à minha mão. fiquei com ela na mão só porque sim e, entretanto, ele veio cumprimentar as pessoas da plateia e, quando eu ia a dar-lhe a pena, ele disse "é para ti!". colei a pena no caderno em que componho todas as minhas músicas para ver se os super-poderes do tatanka passam para mim. e ficamos por aqui.

preciso de viver mais de 100 anos

há vezes em que digo à minha mãe que vou fazer um bom jantar para mim (porque os meus pais - infelizmente! - comem carne e eu não e, na maioria das vezes, comemos coisas diferentes!) e, em algumas dessas vezes (poucas, ok?), o jantar não sai muito bem mas acabo por comer tudo porque tem de ser. é assim que me sinto em relação a ter entrado no curso.

nunca senti que era mesmo o que tinha de fazer - quando decidi que ia mudar de curso, quando me candidatei, quando fui aceite. também não sentia que devia continuar no mesmo curso porque já não aguentava estar ali e, provavelmente, levaria mais dez anos a acabá-lo. na verdade, a única coisa que eu sinto que tenho mesmo de fazer é música - é o que eu acho que realmente vale todo o trabalho e tempo, é o que sempre me vi a fazer, é o que mais me preenche a alma e que faz rebentar o peito de tanta paixão. e é o que me sufoca quando fica por fazer. e é sufocada que me sinto agora.

em condições normais, devia ter acabado este ano a licenciatura. mas desisti porque não conseguia mesmo estar mais tempo no curso em que estava. e agora vou voltar para o 1º ano. parece que estou numa corrida contra o tempo e há sempre um vento mais forte que me leva para trás. claro que podia parar um ano para dar tudo na música - e era o meu plano inicialmente! - mas os meus pais fazem logo cara feia e eu tenho medo de acabar por ter de voltar à faculdade e, assim, atrasar mais um ano.  por enquanto, vou entrar na faculdade e arranjar um trabalho ao mesmo tempo enquanto continuo a fazer música. quem sabe se, no fim deste 1º ano, decido mesmo parar para ir só para a música.

quando for grande, eu vou... #1

ter alguém que trate das minhas burocracias todas.

hoje é dia 12 de setembro e, em 12 dias, já aconteceram mil coisas de adultos - também conhecidas como "papelada" - com que não consigo lidar e acho que nunca vou conseguir. 

só para uma coisinha de nada, pedem (deixo já aqui a lista para caso alguém precise): 
  • cartão de cidadão;
  • boletim de vacinas;
  • a morada de casa do trisavô;
  • um pacote de lenços com folha dupla com um bocado de ranho da última gripe;
  • uma amostra do cortinado de casa da tia;
  • um pêlo do interior da orelha do primeiro gato que se viu na vida;
  • uma maçã mordida 3 cm à esquerda do centro com coordenadas perpendiculares ao viaduto duarte pacheco. 

só a quantidade de documentos que pedem faz parecer que se comprou a américa inteira, um bocado da ásia e ainda se obrigou o trump a viver no méxico. para além disto, tem-se aquele tempo limite para dar tudo (quando ainda nem se percebeu metade do que era preciso!). geralmente, faço tudo nos primeiros dias e, no dia a seguir ao último dia, começo a pensar que entreguei tudo ao contrário ou faltou alguma coisa ou vão descobrir que afinal estou ilegal no país e vou ser recambiada para turquemenistão. melhor: chegar à véspera de entregar e só aí descobrir que ainda se tem vacinas para tomar que era suposto serem tomadas há 5 vidas atrás (aconteceu-me ontem!).

outras vezes, telefono (e gaguejo! muito! preferia ter um monte de crocodilos a correrem atrás de mim) ou mando e-mail com perguntas aparentemente óbvias mas que podem não ser porque há muitas coisinhas escondidas no site ou onde quer que seja. eu penso sempre que me vão achar tola, que estou a contactar porque não tenho mais nada que fazer e julgar-me como se todos nascêssemos a saber todas as leis e regras de tudo mesmo antes de aprendermos a falar. porém, no outro dia, depois de me darem uma comprovação, tive de a devolver porque afinal não me tinham registado no sistema e depois voltaram a devolver-me. conclusão: posso fazer as perguntas óbvias que quiser porque até os profissionais se enganam ou não sabem certas coisas - o que não impede que eu me sinta mal ao fazê-las. mas acho que a solução do problema é mesmo arranjar alguém que trate disto tudo por mim!

com alguma sorte, o adam levine ainda calha na minha turma

ontem saíram (finalmente!) os resultados da mudança de curso e tan tan tan taaaan: entrei no curso novo! para ser sincera, não estava muito ansiosa para saber o resultado porque já sabia que, provavelmente, iria entrar e, mesmo que não entrasse, saberia o que fazer durante o ano (só não sabia como ia dizer aos meus pais que não tinha entrado!). se não entrasse, ficava a fazer música, a estudar música na escola de música e a trabalhar. como entrei, vou ficar a estudar e a fazer música, a trabalhar e a estudar. este não é um curso ligado diretamente a música mas é um curso que me pode ajudar muito nesse mundo e, se quiser, posso fazer mestrado em música. sei que vou estar sempre a morrer de cansaço porque este curso requer muito empenho e as coisas não vão funcionar à base de cábulas (estou a brincar! óbvio que eu nunca usei cábulas na minha vida, muito menos nos últimos dois anos. óbvio! mas é óbvio! óbvio mesmo! ok?) mas prefiro estar assim do que estar todos os dias a falar de animais mortos para satisfação humana e a abrir ovelhas.

coisas que me deixam - digamos que - receosa:
  • faculdade nova - não sei onde são as salas e o micro-ondas (preciso de me alimentar para ver se não baixo dos 50 kg!);
  • pessoas novas;
  • disciplinas diferentes do que estou habituada.

coisas que me deixam - digamos que - menos receosa:
  • provavelmente, não vou ter de levar todos os dias com uma maioria de pessoas que adoram touradas, que acham que os animais só estão cá para serem comidos, que apoiam o trump, entre outras coisas parvas.
  • já me safei da química orgânica, da física, dos pormenores chatos de biologia.
  • vou demorar 10 minutos a chegar à faculdade em vez de demorar quase 1h, o que é sempre bom!
  • como já estive 2 anos na faculdade, já sei como as coisas funcionam - incluindo o meu melhor método de estudo!
  • pessoas criativas!!!!
  • disciplinas diferentes do que estou habituada - finalmente vou ter a oportunidade de libertar toda a criatividade em vez de ter de fazer tudo como as ciências mandam!

a ariana grande bem telefonou a perguntar se podia aparecer na música mas...

dias antes de ir de férias para a serra da estrela, acabei a minha primeira música original. não foi a primeira música que fiz - já tinha muitas outras já feitas! - mas, gravada em estúdio e a passar de um rascunho a uma música (mais ou menos) a sério, é a primeira. e que bem que sabe poder dizer isto!

eu quis fazer tudo sozinha (tive ajuda no processo da mistura dos instrumentos todos no programa de produção porque, infelizmente, ainda não fui possuída pelos poderes do super-homem e aquilo ainda não é um bolinho para mim) para me desafiar a mim mesma e para ver se as pessoas gostam mesmo que eu faça sozinha - claro que o importante é fazer o que gosto (e adoro fazer música!) mas não posso dar concertos se não tiver lá pessoas, portanto, convém que gostem. na verdade, fico horas a pensar antes de adormecer em formas de melhorar a música e todas as noites penso que é melhor parar de pensar nisso porque senão a música já tinha deixado de ser o que é, para ser um rap ou um rock pesadão.

quando digo "quis fazer tudo sozinha", incluo o videoclip. se eu não quisesse fazer tudo sozinha, acho que já tinha lançado a música mesmo antes de ter pensado nela. mas, sendo assim, ainda vai demorar um bocadinho - menos de 2 semanas, espero! vou ver se ainda consigo gravar a voz outra vez porque gravei-a logo no início e agora, com todos os instrumentos já gravados, acho que a vibe seria outra, e editar o videoclip. 

apesar de lançar uma música original sempre ter sido um sonho meu, confesso que estou tão assustada quanto entusiasmada. eu sei que é a primeira música e que a beyoncé (ainda) não me vai telefonar para a substituir caso ela fique doente e ainda tenho muito espaço e tempo para melhorar mas eu quero mesmo que tudo fique bem (na medida do possível) e estar a dar a conhecer o meu lado mais íntimo aos que conhecem o meu lado mais superficial e o meu lado mais superficial aos que conhecem o meu lado mais íntimo (ou seja, apareço no videoclip! woohooo! vão finalmente descobrir que afinal sou a hillary clinton com um blog português) é intimidante.

já agora: a música com o videoclip vai ser lançada no meu canal do youtube (aqui, dou um caixote de rebuçados a quem subscrever o canal) um dia destes - talvez daqui a 1 semana, talvez daqui a 1 mês, talvez daqui a quando arranjar um programa de edição de vídeo que colabore comigo. até lá, vou ficar a rezar para não virar um meme universal com tal impacto que até os extraterrestres decidem vir-me buscar.

querido, mudei o nome do blog

há menos coisas que me azedam do que as que o poderiam fazer. uma dessas coisas que me azedam são caixas. caixas humanas - as que nos separam em categorias, que não nos permitem conhecer os conteúdos dos outros humanos porque, supostamente (alerta: esta vai ser a palavra mais usada neste post), só pela aparência percebemos que não nos vamos identificar com aquela pessoa. na verdade, estamos todos na mesma caixa - numa caixa aberta chamado universo. somos todos diferentes uns dos outros e não nascemos para estar em caixas humanas, pequenas e ofegantes, rotulados, de forma a que o nosso passo seguinte já esteja previsto aos olhos dos outros e de forma a que nos entendam melhor.

sempre tive dificuldade em perceber quem sou. ou melhor: a perceber onde me encaixo, como os outros me vêm. na verdade, acho que nenhum dos meus amigos consegue meter-me numa caixa humana - o que me agrada muito. podia dizer que, por isto, sou "diferente" e espalhar folhetos e pedir para passarem anúncios na televisão sobre o quão diferente eu sou mas, ao dizer que sou diferente, já estou a rotular-me, a meter-me numa caixa e, supostamente, não posso ir comer ao mc donalds porque é onde todas as pessoas "iguais" comem e teria de usar alargadores nas orelhas e botas gigantes como, supostamente (mais uma vez), as pessoas "diferentes" fazem. na verdade, eu e o mc veggie estamos numa relação amorosa bastante séria e, numa sala cheia de gente, devo ser a que passa mais despercebida pela aparência. sinceramente, sou tão diferente quanto a pessoa que vai ler isto, ou o casal que está agora a entrar no supermercado ou o panda que está a comer folhas de bambu no outro lado do mundo. dizer "sou diferente" é o mesmo que dizer "sou um ser vivo". somos todos - só em sermos diferentes é que somos todos iguais.

foi por isto que decidi mudar o nome do blog. quando criei o blog, sabia que aquele chamem-me luísa não ia dar certo. a última frase do meu primeiro post foi "por enquanto, chamem-me luísa". e agora é a hora de mudar. os meus pais deram-me este nome mas afinal, também não me encaixo na suposta caixa humana que diz que as luísas são todas "betas" e têm de viver em sítios ricos e vivendas com piscina (não me importava nada de viver numa vivenda com piscina, para ser sincera). chamem-me luísa ou chamem-me o que quiserem (coisas bonitas, ok?), que isto de ter um blog cujo título diz logo o que devem ou não chamar-me, no fundo, sempre foi estranho para mim e, portanto, o novo nome do blog é lutalica.

lutalica
a parte de você que não se encaixa em categorias.


e que bem sabe não estar dentro de nenhuma caixa (humana), ninguém estar à espera do que vem a seguir e haver sempre mais para conhecer. que seja assim no meu dia-a-dia, que seja assim no blog, que seja assim na música que faço, que seja assim comigo, que seja assim contigo e que seja assim com todos. que tenhamos a liberdade de sermos quem somos sem termos medo de não sermos o que esperam de nós.

o dia em que fui abençoada pelo presidente da república e a aurea se riu para (ou de) mim

na semana passada, estive de férias na serra da estrela - o habitual. no domingo, fui com os meus primos à feira de são mateus ver a aurea. combinei com o meu primo que íamos comer rápido para irmos cedo para a plateia para ficarmos à frente. e conseguimos. entretanto, a minha prima foi ter connosco e os nossos pais continuaram a jantar. enquanto esperávamos, já a plateia estava meia preenchida, eles mandaram-nos uma fotografia com o marcelo rebelo de sousa. eu, que acho que ele devia ganhar o guiness de fofura (se não existe, passa a existir com ele!), pensei "oh, queria tanto ter estado com o marcelinho mas também quero tanto estar aqui". mas claro que não saí de onde estava, como é óbvio - primeira fila, senhores!!!

coisas que aconteceram no concerto da aurea:
  • apaixonei-me pelo baixista.
  • apaixonei-me pelo saxofonista - a quem, horas antes, tinha perguntado quando começava o concerto em vez de perguntar o número de telefone.
  • apaixonei-me pela voz da aurea - eu pensava que era só boa mas, afinal, é mais que muito boa.
  • a aurea desceu do palco, toquei-lhe na mão - estou a tentar perceber até hoje que creme ela usa porque aquilo é mais suave que as minhas pernas no minuto a seguir à depilação - e a pulseira dela arranhou-me - um privilégio, diria.
  • quando começou a tocar a i feel love inside, também conhecida como o meu jam, todo um ser vindo de marte se apoderou de mim e comecei a cantar com toda a alma e com o telemóvel a fazer de microfone (eu odeio filmar concertos, portanto, é este o uso que dou ao telemóvel) e a aurea viu e riu-se. melhor: há vídeo do momento (aos 0:22 do vídeo abaixo).

coisas que aconteceram depois do concerto da aurea:
  • comi uma fartura com açúcar em pó em vez de açúcar normal - melhor coisa da via láctea! 
  • encontrei o marcelinho.
sim!!! acabei mesmo por encontrar o marcelinho. é esta a definição de destino - duvido que ele se queira casar comigo e eu já estou ocupada com o saxofonista da aurea, ou com o baixista da aurea, ou com o adam levine, ou com os outros todos, portanto, é o destino de eu vir a ser presidente da república. ele estava cheio de gente à volta e, portanto, eu fui tirar uma selfie rápida com ele e disse-lhe "é tão fofinho!" e ele sorriu. e deu-me um beijinho na testa - é por isto que nunca mais vou tomar banho, qual fã dos tokio hotel.

uma margarida no meio de uma praia deserta

mesmo se tivesse aulas mais tarde, costumava ir cedo para a faculdade. o espaço da minha faculdade era provavelmente o que mais gostava no meio daquele pesadelo disfarçado de licenciatura e, portanto, tentava aproveitá-lo bem. numa dessas manhãs, enquanto ia a caminho, passei por um casa e ouvi um "bom dia!" vindo de uma voz doce. vi uma senhora idosa e retribui-lhe. ela começou a conversar comigo e, como ainda faltava um bom bocado para a hora da aula, ainda estive ali algum tempo com ela a falarmos sobre a vida, sobre o tempo e sobre nada - é o melhor tipo de conversa. a partir daí, tentava sempre passar por ali para ver se a senhora lá estava. havia vezes em que estava, outras em que não estava.

já tinha falado sobre esta senhora à minha mãe. no outro dia, precisei de ir à faculdade buscar uns papéis para a mudança de curso e passei por casa dela. estava à porta. "oh, minha linda!", disse ela, enquanto vinha em direção a mim, de braços abertos. abraçámo-nos. "esta é a minha mãe". apontei-lhe. ficamos as 3 ali a conversar - sobre a vida, sobre o tempo e sobre nada. quando a minha mãe disse que eu vou mudar de faculdade, a senhora, com mais 73 anos do que eu, começou a chorar e a dizer coisas bonitas sobre mim.

confesso que o meu coração ficou um bocadinho apertado ao vê-la assim e ainda ficou mais apertado com a felicidade dela por saber que eu ia para um curso relacionado com o que realmente quero: música. e a isto chama-se respeito: respeito da senhora pelas minhas escolhas e respeito meu porque não ignorei uma senhora com 93 anos que meteu conversa comigo às 8h da manhã. prometi-lhe que, apesar de não passar lá todos os dias, a ia continuar a visitar e ela sorrio. e, quando eu tiver 93 anos, com certeza lembrar-me-ei desta senhora que foi uma das (poucas) coisas boas que aquela faculdade me deu.

o ideal seria mesmo trabalhar na PETA e fazer música

nos primeiros dias de faculdade, disseram-nos que o ciclo de decorar a matéria e esquecê-la logo a seguir, que aconteciam no secundário, acabava ali e tínhamos de começar a pensar por nós. tanto pensei no que me ensinavam que decidi que vou mudar de curso. este curso era a minha 4ª opção mas, quando soube que era nele que tinha sido colocada, pensei que tudo acontece por uma razão e, na verdade, sempre adorei animais, portanto, achei que podia gostar. porém, nestes dois anos, não houve um só segundo em que pensei que era ali que pertencia - sentia-me estranha nas praxes (que eram boas e toda a gente se respeitava!), sentia-me aborrecida nas aulas, sentia-me agastada nos intervalos. tinha contacto com vacas, ovelhas e cavalos todas as semanas e adorava (apesar de ouvir pessoas a dizerem coisas parvas como "que bem que aquela vaca estava no meu prato!"... grrr!), mas depois estava nas aulas a ouvir falar sobre explorações de animais e matadouros e como tudo isso funcionava e tinha de escrever coisas com que não concordava nos testes ou chumbava.

no 1º semestre deste ano, decidi que ia estudar o máximo que pudesse para conseguir acabar o curso o mais rápido possível para depois focar-me só na música. passei dias e noites a estudar sem parar e passei a quase tudo, só faltou uma disciplina que chumbei com 9. à rasquinha. "ok, se calhar não pertenço mesmo aqui". decidi que ia mudar de curso porque nada fazia sentido ali. claro que não fiz esta decisão de ânimo leve - tenho receio que as coisas corram mal outra vez, os meus pais ficaram meio tristes porque sabem que adoro animais (mas gosto de animais livres e felizes, não confinados com data de abate definida) mas eles também me viram várias vezes a ir a chorar para a faculdade por saber que a seguir ia ter alguma aula sobre alguma coisa com que luto para que mude mas que, ali, tinha de aceitar e chegava a meio da tarde de segunda-feira e já estava psicologicamente exausta. ainda penso que estes dois anos aconteceram por uma razão: conheci algumas pessoas boas e como soube de muita coisa (absurda!) que acontece nas explorações de animais, deixei de comer carne e de beber leite. também percebi que em 2017 ainda há jovens que adoram tourada, que acham que a homossexualidade é uma aberração e que acreditam que os animais estão aqui para nós e não connosco.

o curso para que vou está relacionado com o que quero mesmo fazer para o resto da minha vida - música - com mais umas outras coisinhas a complementar, o que é muito bom! na faculdade em que andava, bastava-me estudar pelos powerpoints que os professores davam e, apesar de tudo, sentia-me muito na minha zona de conforto. aqui, vou ter de puxar muito pela criatividade e, portanto, vai ser um desafio e sei que vou ter muito trabalho (até porque quero começar a estudar e a trabalhar ao mesmo tempo, para além de estar a fazer música).. a minha felicidade e o meu medo estão exatamente ao mesmo nível mas, finalmente, sinto que o que estou a fazer é o correto e tudo está a acontecer no tempo perfeito.

é o que dá quando o universo conspira para que me case com o adam levine

há uns tempos, comecei a ver um documentário sobre a existência de extraterrestres infiltrados no planeta terra. perguntei-me se eu própria não seria um deles - infelizmente, não sou. mas há vezes em que me sinto como se fosse, principalmente devido às normas impostas pela sociedade ou pelo que algumas pessoas à minha volta dizem ou como me fazem sentir. pelos vistos, é estranho ter 20 anos e estar mais importada em fazer o melhor que conseguir para ter uma carreira estável na música do que em investir o meu tempo em arranjar um namorado. muitas vezes oiço a minha mãe a dizer "ela tem é de arranjar um namorado" ou outro alguém também a dizer alguma coisa relacionada com isso - não diria todos os dias, mas todas as semanas isso acontece.

eu sinto-me estranha e, às vezes, chego a sentir-me mal com isso. talvez não seja mesmo normal, talvez o problema seja mesmo meu que estou a ver a vida ao contrário. claro que já me apaixonei - ou senti o que achei ser uma paixão. já estive apaixonada por uma pessoa que também sentia o mesmo por mim ao mesmo tempo - estranho esta coisa de duas pessoas estarem apaixonadas ao mesmo tempo uma pela outra num mundo de 7 mil milhões de pessoas. quando tinha uns 11 anos, tive um namoro que durou uma semana porque ele dizia que eu não mostrava interesse. desde aí que fujo de namoros e de coisas sérias. ou porque a pessoa é um bocado arrogante e eu prefiro pessoas mais amorosas. ou porque a pessoa é demasiado amorosa e eu prefiro pessoas um bocadinho mais frias. ou porque a pessoa é fria e eu prefiro pessoas mais sentimentais.

o amor é muito bonito mas, já diziam os da weasel, o amor é uma loucura. e é uma loucura porque amor é sinónimo de darmos grande parte de nós ao outro: o tempo e a alma. creio que os dias completos que demoro só a responder a uma mensagem ou as semanas em que desapareço sem dizer nada a ninguém não combinam com o que é uma relação amorosa. e também creio que ter uma capa cinzenta a cobrir-me a alma também não.

há muitos tipos de amor - amor de família, de amigos e, principalmente, amor próprio. felizmente, tenho todos eles mas ainda estou a construir melhor este último e as pessoas já me estão a dizer "quando arranjares um namorado, não queres outra coisa". talvez seja verdade mas, por enquanto, não está nos meus planos e acho que é essa parte que as pessoas não percebem ou, se percebem, desconfiam. eu ainda não sei quem sou e é injusto dar-me a uma pessoa - tanto para mim porque não sei se estou a ser sincera comigo, como para a outra pessoa que pode pensar que sou uma pessoa que não sou. preciso de tempo para perceber quem sou e só assim é possível ter outra pessoa, mesmo que essa pessoa seja um bocado arrogante, mais amorosa, fria ou mais sentimental. se eu tivesse agora uma relação, ia acabar por ser um fardo de tijolos, calhaus e aço para mim e não é nisso que o amor se baseia.

tenho passado os dias a compôr músicas e é aqui que, por agora, encontro-me comigo mesma. há músicas sobre pessoas com quem tive alguma história e é bonito que assim seja. aliás, eu não estou a tentar dispensar da minha vida o amor que origina uma relação amorosa. mas, por enquanto, não quero. se calhar, daqui a um mês vou querer. se calhar, só daqui a trinta anos vou querer. e tanto faz. eu não fico triste por isso desde que esteja a fazer algo que goste muito. tenho família, tenho amigos, tenho música. não sinto que uma relação amorosa me faça falta agora. e estou bem assim.

dos livros "anita", surge agora: luisinha vai ao café e quase desfalece

acontece que na quinta-feira combinei com uma amiga irmos lanchar a um café em campo de ourique chamado Friendly Flamingo. já estávamos para lá ir há montes de tempo e o dia chegou. já tinha lá passado à porta algumas vezes e já tinha visto algumas fotografias do espaço portanto, quando lá entrei, a única coisa que me surpreendeu foi a energia do sítio - é mesmo tranquilo e é tão bom para lá estar só a estudar ou a trabalhar, a descansar ou *wink wink* fazer uma sessão fotográfica.


quando lá entramos, fomos à bancada ver o que havia para comer. olhei para o lado e estavam lá o héber marques e o filipe gonçalves. sim. o héber marques. o héber marques que eu adoro a um nível não muito normal e que disse há uns posts atrás que um dia ia fazer uma música com ele. eu sinto que a minha cara no momento denunciou tudo aquilo que eu sentia por dentro mas, felizmente, ele não estava a olhar. fingi ser uma pessoa normal e não saber todas as músicas dele de cor e consegui fazer o meu pedido. decidimos que íamos dividir o lanche para provarmos duas coisas e optamos por um waffle com xarope de ácer e um bolo de chocolate e ela bebeu um cappuccino e eu chá de hortelã.


demorei mil anos a comer porque assim é o meu ser natural - que ainda piora quando estou no mesmo espaço que o héber e o filipe. mas a comida era super boa. eu não gosto muito de xarope de ácer mas aquele waffle estava demais e comi sem dificuldade nenhuma. e o mesmo digo do bolo de chocolate - até comprei outra fatia para trazer para casa. quando acabamos de comer, o meu pai ligou-me a dizer que nos podia ir buscar porque ficava a caminho. enquanto esperávamos, tirámos fotografias. entretanto, o héber passou para sair do café, eu sorri e ele disse "olá!". a minha amiga disse que ele parou durante um bocado, provavelmente a pensar que eu iria pedir para tirar uma fotografia. não é que não quisesse, mas o problema é que eu estava aos gritos por dentro, nem sabia o meu próprio nome, muito menos como pedir uma fotografia. quando o meu pai chegou e saímos do café, o héber também estava a ir embora e eu apontei para o meu pai e disse-lhe "olha, é teu fã!" (na verdade, eu queria dizer "olha, é teu sogro!" mas... ainda não aceitei o pedido de casamento que ele me fez no outro dia... quando eu estava a dormir e... a sonhar com isso...). o héber começou a andar mais rápido e acenou ao meu pai. o meu pai acenou de volta e disse-lhe "ela tem uma pancada!". o héber riu-se. eu também me ri (o chamado risinho nervoso). despedimo-nos. e fugi para ele não ter tempo de decorar a cara da moça que "tem uma pancada" para que essa não seja mais uma razão para ele recusar fazer uma música comigo no futuro (próximo. espero).

larguei o adam levine. vou-me casar com um carteiro. o único requisito é chamar-se adam levine.

ando a recolher assinaturas para encaminhar um documento para o sindicato dos carteiros. o meu plano é passarmos a receber encomendas apenas a partir das 14h, quem sabe, 15h. e, se os carteiros fizerem mesmo questão de entregar as encomendas de manhã, são obrigados a trazerem pequeno-almoço. esta ideia surgiu-me porque sou sempre eu a receber as encomendas cá em casa. e o problema é que é sempre de manhã - tão de manhã que, na maioria das vezes, o som da campainha é o meu despertador. quando os meus pais ou meu irmão me dizem "amanhã deve chegar uma encomenda", eu começo logo a fazer planos de como agir. acordar já é difícil. acordar e ter imediatamente de ter interação humana quando nem do meu nome me lembro e ter de assinar papéis quando os meus olhos ainda têm aquilo a que eu chamo película de sono a tapar-me a visão para receber uma encomenda, é muito mais difícil do que pensar no que vou comer ao pequeno-almoço - daí a minha ideia dos carteiros trazerem já o nosso pequeno-almoço.

tinha uns 15 anos quando recebi a minha primeira encomenda - receber uma encomenda não é uma data para ser relembrada, só decorei a idade porque foi quando recebi a minha primeira guitarra. correu tudo bem, dentro dos possíveis que a minha ansiedade social permite. a partir daí, foi sempre a descambar. as últimas duas encomendas que recebi foram recebidas demasiado cedo e, como tal, correram pior do que o habitual. numa delas, o carteiro tinha uma caixa nos braços e, quando ia para me dar, perguntou:
- posso?
- pode! - respondi, na minha inocência, ao pensar que a caixa, apesar de enorme, parecia leve.
quando ele colocou a caixa nos meus braços, só tive tempo de me virar para trás e cair em cima do tapete com a caixa que, agora, mais parecia ter um javali dentro. exclamei qualquer coisa que não me lembro.
- pois, é um bocadinho pesada... - exclamou o carteiro, provavelmente ao perceber que eu estava em apuros.
- é... só "um bocadinho"... - pensei.

na última vez que recebi uma encomenda, acordei para ir abrir a porta e ainda tive de andar à procura da camisola do pijama à pressão para não receber o carteiro em tronco nu - o que, penso eu, para ele seria normal porque uma vez vi no você na tv uma reportagem sobre carteiros e diziam que há imensas pessoas que os atendem completamente nuas. bem, eu acho que o meu ar de zombie ao acordar já é suficientemente assustador. para piorar a situação, como vivo no 1º andar, o carteiro chega num instante. mas, nesse instante, consegui encontrar a camisola - cada vez que quiser encontrar alguma coisa, vou chamar um carteiro. abri a porta.
- bom dia! - disse o carteiro. homem simpático.
- bom dia! acabei de acordar... - estava a tentar-me desculpar pelo meu estado físico lastimável, que, por acaso, era mais que óbvio e ele já devia ter reparado ainda nem eu tinha aberto a porta.
- se estivesse em casa, também estava a dormir agora! - respondeu.
- e eu queria tanto que estivesse em casa a dormir para não estarmos agora nesta situação embaraçosa - pensei. mas limitei-me a sorrir. pelo menos, ainda não tinha comido e não corria o risco de ter um bocado de pão no meio dos dentes.
entretanto recebi a encomenda e ele pediu-me para assinar numa daquelas máquinas do demónio. eu, que tenho uma letra de criança bastante percetível, tinha acabado de assinar com letra de médico. pensei que, finalmente, a puberdade tinha atingido a minha letra. tentei não ser tão positiva e apercebi-me da borrada que estava a fazer.
- hmm... isto está a correr mal. não dá para assinar outra vez? - perguntei.
- pois... não dá... assina aí qualquer coisa! - entreguei-lhe a máquina. - qual é o teu nome?
- ana luísa.
quando nos despedimos e fechei a porta, lembrei-me que não tinha dito o meu apelido.
- oh meu deus! vai acabar por voltar para me perguntar o apelido... - pensei.

mas não voltou. teve de me ver descabelada, com um pijama velho, os olhos cobertos de remelas e com voz de bagaço matinal nas primeiras horas do dia. se voltasse, já tinha um aro de cebola como aliança à espera dele e eu estava pronta para nos casarmos. aliás, ter logo um primeiro encontro nestas condições e ainda voltar, é sinal que vamos ter um casamento duradouro. pensando bem, vou largar a ideia das assinaturas e vou começar a fazer encomendas inúteis só para receber carteiros todos os dias a ver se algum deles escorrega na minha desgraça matutina.

se todos fossemos cinzentos, o mundo só tinha uma nota musical

há dias em que não nos sentimos bem connosco próprios - e, apesar de ser algo normal, não é algo que temos de aceitar. não sabemos se era nesse mesmo dia em que íamos compor uma música candidata a um grammy, escrever um texto que iria sensibilizar o mundo de tal forma que o mudaria, fazer um desenho com caraterísticas 3d ou descobrir uma receita que faria com que as pessoas que comem carne deixassem de o fazer.

um dos meus empecilhos é a falta de confiança - pesa, aperta e oprime-me. houve alturas em que me perguntei se estaria certa em não usar maquilhagem, não saber andar de saltos altos, andar sempre de ténis, não gostar de pintar as unhas, usar camisolas sobre aliens e passar vários dias seguidos - que acabavam por se tornar em semanas - fechada em casa a aprender música, quando não era isso que eu via quando saía à rua. estou mais que certa que música é o que quero fazer para sempre - e se houver um piano e uma guitarra no céu, mesmo depois de morrer, eu continuo. há dias em que acordo com mais inspiração do que sangue nas veias mas, no fim, tenho sempre vergonha de mostrar a música que fiz a alguém. no fundo, tenho medo de não estar de acordo com o que é suposto.

na quarta-feira, tive aula de música e o meu professor teve uma conversa sincera comigo sobre esta vergonha, falta de confiança e receio. vai sempre haver quem goste e quem não goste. mas tudo está certo desde que sejamos fiéis a nós próprios e façamos o que gostamos sem desrespeitarmos ninguém. passei o resto do dia a pensar nisso e só adormeci lá para as 5h da manhã. por ser um peso que carrego todos os dias, aquela conversa foi como um abanão que fez com que metade do fardo caísse.

emicida feat. rael - levanta e anda

antes de adormecer, tive sede e fui beber água. parei em frente ao espelho e continuei a pensar naquela conversa enquanto olhava para mim. ali estava eu. eu: que digo sempre às pessoas para acreditarem nelas próprias mas nem sequer acredito em mim; para se expressarem da maneira que se acharem mais livres mas sou a primeira a esconder-me atrás da insegurança que me persegue. combinei comigo mesma que, dali em diante, iria ser quem quero ser. elogiei-me e fui dormir. ontem acordei, tomei o pequeno-almoço, arrumei a casa e fui fazer música. a mais sincera que eu conseguisse, sem medos de quem a vai ouvir e do que vai achar. instalei uma aplicação no telemóvel para aquecimento vocal e outros exercícios para melhorarem a voz e vou fazê-los todos os dias.

 e vai ser sempre assim daqui para a frente. vou defender as coisas que gosto e não ter medo de ser quem sou. nos dias em que não estou tão bem, vou levantar-me e fazer o que tenho de fazer à mesma. se é sem maquilhagem, de unhas nuas, com camisolas sobre aliens e de ténis sujos que me sinto bem, é desta forma que vou continuar - pelo menos até ao dia em que decidir fazer o contrário e preferir assim.

como o meu cérebro decide proceder quando isto acontece: wnvnejwpknjdfoejwnw

não fujo de aranhas, não choro com palhaços, aguento-me firme com o escuro e ando frequentemente em elevadores. mas há duas fobias que eu tenho e que acho que nem com sessões diárias e intensivas de hipnose passariam: uma delas é tripofobia e a outra que acho que não tem nome e, portanto, aqui o crio.

pergunta·e·foge·fobia
(pergunta- + -e- + -foge- + -fobia)
substantivo feminino
medo patológico ou aversão de quando alguém passa, pergunta "tudo bem?" e continua a andar.

sim, estou a falar mesmo a sério. tremo, soo e o meu sistema lacrimal começa a pensar em funcionar severamente quando pressinto uma situação deste género a aproximar-se. isto acontece principalmente porque, quando alguém me pergunta se está tudo bem e continua a andar, não há tempo para a resposta e acabo sempre só eu a responder "sim", sem conseguir retribuir a pergunta e, às vezes, quando a pessoa não está assim tão apressada, parece que eu não quero saber se a pessoa está bem ou não. na verdade, nem a pessoa deve querer saber porque, se quisesse, parava para perguntar em vez de continuar a andar. aliás, eu nunca li o código civil mas aposto que está lá escrito que só podemos responder que sim mesmo que o nosso prédio tenha caído durante a madrugada quando estávamos a sonhar com umas férias em galesnjak com o adam levine e só demos por isso quando acordámos de manhã na rua agarrados ao nosso habitual urso de peluche, rodeados de vizinhos e bombeiros a olharem para nós.

já tentei perguntar "tudo bem?" ao mesmo tempo que a pessoa para ver se a situação se tornava menos estranha, mas o pânico criado pela própria fobia fez com que eu tivesse a (des)habilidade de perguntar e responder ao mesmo tempo - o que ficou ainda mais estranho. também já tentei responder "sim, e tu?" mas, caso a pessoa ainda fosse a tempo de ouvir, ou não ia responder por já estar demasiado longe entretanto ou respondia e, finalmente, alguém perceberia a tolice que é toda esta circunstância, por acabar a responder para o vento ouvir.

portanto, se não for muita prepotência junta, gostaria de fazer um pedido mundial: quando for para perguntarmos a alguém se está bem, por favor, paremos para ouvir o que a pessoa tem para dizer. claro que fica bonito perguntarmos a alguém se está bem. mas fica ainda mais bonito se o fizermos porque queremos mesmo saber e, portanto, paramos para ouvir. caso estejamos com muita pressa ou não quisermos mesmo saber, não há mal nenhum em dizermos só "olá" ou sorrir. e assim estaremos a salvar o mundo de mais uma fobia.

héber marques, podes começar a preparar-te para umas quantas músicas em conjunto


tal como agora, há 1 ano estava de férias. tinha passado os 9 meses anteriores a dividir o meu tempo entre estudar coisas que não gostava e a reclamar por isso mesmo. como não sabia qual a melhor alternativa, o mais certo era no ano seguinte continuar na mesma situação porque a probabilidade de ganhar o euromilhões também era baixa - até porque não jogo. passei o verão a tentar fazer música e não passava disso: tentar. acabava sempre por deixar de lado porque achava que não tinha jeito nenhum e porque, mesmo que tivesse, não via a possibilidade de um dia vir a ter alguma felicidade com ela. andava por aí sem saber o que fazer. 

em setembro, lá voltei eu à mesma rotina de estudar coisas que não gostava e reclamar por isso. no entanto, entrei numa escola de música para ver se ficava com o espírito um bocadinho mais alegre. já sabia que estava lá gente que sabia muito de música - o que me assustava muito - e tinha medo de perceber que não tinha mesmo jeito. mas fui à mesma. o meu primeiro mês de aulas foi todo teórico e, no fim, o meu professor pediu-me para lhe mostrar o vídeo que eu já lhe tinha dito que tinha no youtube. mostrei - a medo. no fim, o que ele disse surpreendeu-me. já me tinham dito "cantas bem" mas, daquela vez, a frase soou-me melhor - foi estranho mas bom ter alguém que é músico de profissão a dizer que, afinal, até tenho jeito. à medida que o tempo passava, cada vez conhecia mais pessoas na escola de música e apoiavam-me. 

no verão passado, mal eu sabia que dali a uns meses iria estar a tocar num dos bares lisboetas em que os amor electro e outras maravilhas do género já tocaram, com uma banda que percebeu exatamente o que eu queria, com uma música trabalhada por mim, com montes de gente à minha frente e sem ter nenhum ataque de pânico. claro que podia ter feito melhor - pode-se sempre - mas, para primeira vez, fiquei feliz o suficiente para perceber que, sem dúvida, era aquilo que eu queria fazer para o resto da minha vida e depois disso, se for possível. sei lá. há qualquer coisa que acontece quando estou naquela situação. não posso dizer que tudo à volta parece desaparecer porque não acontece. não posso dizer que me sinto a rainha do mundo porque também não acontece. mas há alguma coisa, que eu não consigo perceber, que acontece - e espero nunca conseguir perceber porque é uma das coisas que dá magia ao momento.

no verão passado, também não imaginava que dali a uns meses já haveriam pessoas a quererem fazer música e até um álbum comigo. de repente, tudo o que parecia longe da minha realidade estava a acontecer. e está a acontecer. e eu estou a trabalhar para que tudo o que eu quero aconteça. já tive a oportunidade de fazer um álbum com as letras e as músicas já pré-feitas - ou seja, era só gravar e não ter muito trabalho. mas eu não aceitei. prefiro, nesta primeira fase, fazer por mim - faço a experiência e depois logo se vê. tenho andado a fazer música sozinha, a escrever muito, a encher o telemóvel de notas e vídeos para não me esquecer das melodias que me surgem subitamente. quase todos os dias acontece-me o mesmo que no verão passado - querer desistir por não me sentir suficiente - mas agora, quando me sinto assim, em vez de largar o que estava a fazer, escrevo uma música sobre isso. também aproveito os concertos a que vou para ver como os músicos se comportam em palco e tenho ouvido muita música nova de diversos géneros para tentar tirar algum som novo. resumindo: tenho trabalhado muito, tenho sempre tentado fazer uma música melhor que a anterior e melhorar a cada dia que passa. é preciso muito trabalho, esforço e dedicação? é. mas eu tenho a certeza que no fim tudo vai valer a pena.

o que somos nós?

fotografia tirada à tarde que uma amiga minha que está perto de pedrógão grande me enviou.

- mas onde está deus? - é o que mais diz a minha mãe, perante o fogo que está a apoderar-se de pedrogão grande.
- provavelmente, a comer um gelado. - respondo.
sempre tive dificuldades em acreditar em deus. quando era pequena, os meus pais inscreveram-me na catequese mas eu fui duas vezes e nunca mais lá voltei porque, para além de achar aquilo uma seca, não fazia muito sentido. entretanto, entrei no coro da igreja mas era só para cantar e não por deus. pouco mais tarde, não me deixaram mais ir porque quem não tinha a catequese, não podia estar no coro. um dia, a minha mãe, vestida de preocupação, foi falar com o padre porque era estranho eu não dar importância à igreja - como se, por isso, a minha vida tivesse de ser um caminho escuro em que o chão era revestido de espinhos e pedras bicudas e eu andasse descalça.
- não se preocupe com isso, não a obrigue a nada. - respondeu-lhe o padre.
agradeci-lhe telepaticamente.

às vezes, brinco com a minha mãe por causa disso - ela tão crente, eu tão hesitante nessa crença. mas cada vez mais a oiço a dizer "onde está deus?". talvez deus exista, talvez não. mas, se existe, não está a ajudar muito - desde ataques no meio da rua em londres a lançamentos de mísseis em bairros de gente inocente na síria. horas antes de um homem rebentar uma bomba no concerto da ariana grande em manchester, a mega hits tinha-me oferecido bilhetes para ir vê-la ao meo arena (aqui) dias depois. tremi quando soube da notícia porque podia ter sido em portugal. podia ter sido eu a levar com uma bomba. agora, que pedrogão grande e mais uns quantos municípios estão a arder e, com o fogo, vão também famílias inteiras, custa-me cada vez mais acreditar num deus que nos protege a todos. para ajudar, chove à volta dos locais com fogo mas não no sítio que era suposto, um avião da água despenhou-se e um dos casais (e respetivos filhos) que estavam desaparecidos e foi encontrado morto era amigo da minha família. e eu voltei a tremer tanto ou mais do que na situação em manchester.

saíram de casa para fugir do fogo. no fim, eles morreram e a casa continua intacta - com a mesa posta para jantar, como eles a deixaram. e eu estou aqui há horas a pensar nisto - como há tão pouco tempo ele e a minha mãe estiveram a falar ao telefone e como agora ele já não está cá. mas estou a pensar, o que significa que estou viva. não sei se ainda vou ter esta oportunidade hoje à noite, amanhã ou daqui a uma semana. mas agora estou e quero aproveitá-la da melhor maneira - a fazer o que mais gosto, a celebrar as coisas boas da vida e a sorrir. e que todos façam o mesmo porque não passamos de habitantes ínfimos neste mundo tão incerto. a solidariedade para com os bombeiros tem sido incrível e era tão bom que toda esta bondade ficasse quando este pesadelo acabar. e que, com o fogo, vá também a maldade em vez da generosidade, a inveja em vez da persistência, a violência em vez da paz.

ai ofélia, não fiques com ciúmes

eu, luísa, aqui me confesso: tenho uma (mini) obsessão por fernando pessoa. não sei porquê, não sei desde quando, não sei de onde apareceu. mas está cá. no ano passado, pedi ao meu irmão para oferecer-me o livro do desassossego no meu aniversário. ele ofereceu-mo mas eu não o quis começar logo a ler porque andava com muitos trabalhos e testes e precisava de lê-lo na altura certa. entretanto, quando comecei a leitura, lia-o em todo o lado e em todas as alturas - até as que não estavam certas. as infinitas horas da aula de genética passaram a parecer menores porque as passava a ler o livro em vez de estar a ouvir a voz arrogante e o tom monótono do professor. quando não estava a ler o livro, estava a ler a biografia do fernando pessoa - até que descobri que o funeral do excelentíssimo foi no mesmo dia que o meu aniversário e quase que o meu funeral era no próprio dia.

a (mini) obsessão chegou a proporções tais que havia vezes em que estava a encher uma garrafa de água ou a fazer a cama ou a estudar e apetecia-me chorar por saber que nunca vou ter a oportunidade de falar com ele. foi aí que decidi que queria um livro de poemas do fernando pessoa. não do álvaro de campos, do alberto caeiro, do ricardo reis, nem do alexander search. queria ler fernando pessoa. apenas ele e sua alma. combinei comigo própria que ia tentar encontrar o livro na feira do livro de lisboa. e assim foi.

desci o parque eduardo vii sempre com atenção em todas as bancadas por que passava enquanto cantava músicas da ariana grande de mão dada com o meu primo. não o encontrei. subi a outra rua do parque e pensava que ainda não era desta que o tinha. quando íamos a meio, vi uma banca cheia de imagens do fernando pessoa. deixei a música que estava a cantar a meio e o meu coração começou a tremer. à minha frente, vi um livro chamado poesia do eu. era exatamente isto que eu queria.

eu podia ir a concertos da ariana grande "everyday, everyday, everyday, everyday"

às vezes, naquelas perguntas de resposta rápida que fazem nas entrevistas, perguntam qual o talento escondido. o meu é ganhar bilhetes para concertos. e, mais uma vez, a Mega Hits fez parceria comigo neste talento. em outubro, fui com a mega hits ver as fifth harmony ao campo pequeno e, no dia 11 de junho, fui ao meo arena ver a ariana grande. a mega hits ofereceu-me um bilhete duplo e eu fiquei com um e o meu primo com outro mas, entretanto, a minha prima e a minha mãe decidiram que também queria ir e, então, compraram um bilhete para elas.

eu sempre adorei a ariana grande, acho-a incrível e aposto que daqui a uns tempos vai acabar por admitir que, na verdade, nasceu em plutão ou arredores porque canta demasiado bem para ter nascido neste mundo - mas pode continuar por cá mesmo que seja um extraterrestre espião porque ainda não conseguimos conectar a internet com outros planetas e quero continuar a ouvi-la durante muito tempo. e, com "muito tempo" quero dizer "para sempre" - espero que no planeta dos pós-terrestres possamos continuar a ouvi-la.

decidimos ir para o meo arena bem cedo para podermos ter um bom lugar no concerto. chegámos por volta das 10h e a fila da plateia em pé (a nossa) estava assim:


entretanto almoçámos (obrigada ao ser humano maravilhoso que teve a excelente ideia de criar o mc veggie!), fomos à fnac dançar ao som do 1º álbum da ariana grande, ofereceram-nos gomas, fizemos penteados estranhos, deitamo-nos no chão a falar sobre música e, por volta das 15h30, começaram a chamar-nos para a fila "oficial" do concerto. aqui, tiraram-nos as mochilas, as tampas das garrafas de água e toda a comida que tínhamos - o que foi ridículo porque o concerto ia durar até às 23h e não tínhamos o que comer. apanhei um escaldão. às 17h30, entramos para o recinto e conseguimos ficar na 2ª fila da plateia em pé - o que era bastante bom se não tivéssemos ficado com os competidores do guiness de "pessoa mais alta no concerto da ariana grande em lisboa" à frente. às 19h, o dj KnowleDJ começou a tocar.


às 20h, foi a vez da Victoria Monet. eu já a conhecia de quando ela era um dos atos de abertura nos concertos das fifth harmony e a música better days é uma das minhas músicas preferidas e, portanto, estava ansiosa para vê-la e gostei! 


às 21h, a rainha ariana grande apareceu no palco do meo arena, qual d. sebastião acabado de surgir no meio do nevoeiro.


houve algumas iniciativas no concerto previamente organizadas pelo público - por exemplo, levantaram-se cartazes que diziam "what we have is untouchable" na música touch it. mas um dos meus momentos preferidos do concerto foi quando as pessoas levantaram balões iluminados de várias cores na música thinking 'bout you. durante esta música, no ecrã grande, estão a passar as silhuetas de pessoas agarradas - homens com homens, mulheres com mulheres e homens com mulheres. e, portanto, os balões de várias cores representavam a comunidade lgbt e o meo arena ficou incrível.


outro dos meus momentos preferidos, foi este:


a certa altura, eu já não aguentava a dor nos pés e descalcei-me. na realidade, este foi um dos meus planos para que as pessoas gigantes que estavam à minha frente se desviassem para que eu conseguisse ver a ariana grande sem ter de estar em bicos de pés ou a arranjar pontos estratégicos. infelizmente, o meu chulé não é suficientemente eficaz e já o despedi.


a meio do concerto, durante a minha música preferida do novo álbum, greedy, começaram a cair notas (infelizmente eram falsas) do teto e eu apanhei duas e um segurança que estava à minha frente ofereceu-me mais duas. se fossem notas de 500€, teria agora 2000€ e já podia comprar um computador como deve ser, ter um programa de edição de vídeo que funcionasse e fazer um vlog do concerto como tinha planeado. mas fico com 4 notas com um autógrafo da ariana grande, o que também não é mau de todo.


quando começou a tocar a dangerous woman fiquei mesmo triste porque sabia que era a última música e apetecia-me ficar ali durante o resto da noite toda e mais uns quantos dias.


estou super feliz por ter tido a oportunidade de ir ao concerto e ainda não acredito que estive mesmo na mesma sala que a ariana grande. fiquei a gostar ainda mais dela - ela é incrível! aliás, até estou a pensar em criar uma petição para mudar o nome dela para ariana gigante, para condizer com o talento.