carmencita bonita, último dia de abril de 2018 |
eu tenho um hábito - terrível ou não - de pesquisar sobre pessoas. sou capaz de passar horas a ver todas as fotografias que a pessoa colocou - desde 1954, se houver -, as ler as descrições, a juntar o máximo de informação só porque sim. até as não-tão-verdades que as pessoas colocam no facebook diz muito sobre elas ou sobre quem elas querem ser. e isso - sei lá porquê - interessa-me, apesar de, no dia seguinte, não me lembrar de metade.
no outro dia, aborrecida na aula, decidi pesquisar sobre a professora - confesso que estava a ser um bocado estranho, dado que ela estava mesmo em frente a mim e devia estar a pensar que eu estava a mandar mensagens para alguém quando, na verdade, estava a ler entrevistas e artigos sobre ela. professora e poeta. escreve livros. ganhou prémios. li alguns dos poemas e deixei outros para depois. fiquei com aquele interesse que vem com a promessa de continuar a minha investigação quando tiver mais tempo. hoje foi o dia. decidi pesquisar mais sobre ela e, com isso, vieram 297482937 doses de inspiração.
às vezes, isto acontece. agora, em vez de estar a estudar estatística, apetece-me escrever um livro sobre as atuais ruínas que, em dia, foram a casa da minha avó, sobre o jeito da minha gata quando coloco a música preferida dela a tocar, sobre o sol que entra no meu quarto durante a tarde - é quando coloco a carmencita à janela. há pessoas muito interessantes no mundo, porra.