será que devo fazer disto um diário?

nos dias de folga da minha mãe, costumo ir passear com ela. apanhamos o autocarro e vamos ao terreiro do paço ou a belém ou a algés ou ao parque das nações. se eu fosse uma pessoa normal e não tivesse medo de andar nos outros transportes públicos, provavelmente iríamos a mais sítios mas nada feito enquanto não for a uma sessão de hipnotismo ou a algo com algum efeito idêntico que me tire o medo de ser levada de carro para o outro lado do oceano sem o meu consentimento, de estar fechada num cilindro em estágio para uma competição de velocidade de forma a bater o guiness de um falcão peregrino em descida no meio de um tornado em oklahoma e, pior ainda, quando este cilindro está debaixo de terra. não me lembro da primeira vez que eu e a minha mãe começámos nestes passeios (quase) semanais mas parece-me que, ultimamente, as coisas têm-se tornado muito mais interessantes. 

só de olhar em volta, o lado mais estatístico do meu cérebro concluiria que há mais turistas em lisboa que dantes e o lado mais patriota do meu cérebro confessa que gosta disso (se bem que o lado mais patriota do meu cérebro não gosta do preço das casas em lisboa e todos os quebra-cabeças que vêm com isso). a partilha de experiências e histórias com estrangeiros e o conhecimento da cultura dos outros países é interessante - e útil, se pensarmos que, se não fosse isto, não teríamos a deusa na terra que é a pizza, não teríamos mc donalds (ontem fui ao mc donalds e o mc veggie estava esgotado - o que é bom porque quer dizer que as pessoas estão a aderir, mas é mau porque, assim, é como se o mc donalds não existisse para mim naquele momento), não teríamos empanadas, croissants, crepes...

normalmente, as pessoas sabem logo que sou portuguesa e, por isso, às vezes vêm pedir-me indicações e fazer perguntas - o que, para todos os lados do meu cérebro, é estupidamente interessante. também gosto de ver turistas impressionados com a cidade - que acontece sempre! um dia destes, fui à igreja de são domingos e, quando estava a sair, estava um turista a entrar que olhou em volta surpreendido e exclamou "uau!". mas o verdadeiro acontecimento ocorreu ontem: combinei com a minha mãe irmos ao terreiro do paço mas acabámos em belém. a certa altura, decidimos pedir a um turista para nos tirar uma fotografia em frente à torre de belém para mandarmos ao meu pai que está a trabalhar quase em saturno. senhoras e senhores: o turista, simpático, não tirou uma fotografia a nós mas sim a ele, uma selfie. morri a rir quando vi - especialmente porque ele está com a cara mais engraçada de sempre. isto deve ter acontecido porque estava demasiado sol e não dava para ver no ecrã que a câmara estava frontal. ou então são os aliens a darem-nos sinais. conclusões: agora fiquei com uma recordação e estou a pensar, daqui a uns anos, vender a fotografia num leilão para ver se ele aparece outra vez.

5 da tarde e as dores de crescimento

isto de crescer enquanto já se é crescido é uma coisa complicada e assustadora. ainda me sinto como se tivesse 15 anos, com a mesma irresponsabilidade inocente, com a mesma forma de falar e com os mesmos sonhos. mas agora é diferente: já estou crescida mas não sou crescida. agora já não basta estar preocupada com os trabalhos da escola e com os ouvidos e o pêlo da minha gata; tenho de me preocupar com os preços das coisas, com as pequenas coisas, com as grandes coisas e com as coisas assim-assim, com as datas das coisas e com uma data de coisas. tenho de me preocupar em interpretar poemas em vez de os sentir, só. 

há dias, uma amiga disse-me "é engraçado: somos todos crianças em corpos de adultos. nós, as pessoas de 30 anos, as pessoas de 60 anos". gosto de pensar que assim o é. que estamos autorizados a dançar ao som da nossa própria música, que o bem é sempre o nosso pensamento principal, e que damos abraços uns aos outros ao ritmo da nossa respiração, mesmo que - supostamente - ainda se tenha de ir bem vestido para entrevistas de emprego (mesmo que só usemos aquelas exatas calças e aquela exata camisa para aquele exato tipo de entrevistas), mesmo que - supostamente - não possamos rir, saltar e cantar sozinhos no meio da rua, mesmo que - supostamente - se tenha de tirar a carta de condução apesar de se querer andar de bicicleta até as pernas rebentarem de tanto rodarem, e mesmo que - supostamente - tenhamos de fazer uma cara de quem nos acabou de acordar com o sol a 5 metros dos olhos nas fotografias do cartão de cidadão em vez de fazermos caretas ou um sorriso janota. este último ponto, é um dos que mais me chateia mas já tenho substituta para a próxima vez que for renovar o cartão:

update dos meus cabelos brancos: 2 encontrados até ao momento

reparei que sempre que cá venho ao blog é para dizer "oh meu deus, nem acredito que estou a escrever mais um post". e - de pasmar! - estou mesmo a escrever mais um post. no entanto, desta vez a situação é diferente porque este post estava, na minha mente, planeado para ser escrito amanhã porque amanhã seria o meu último exame mas decidi que não vou porque - é esta a desculpa com que estou a convencer o meu cérebro que não estou a fazer o errado - com a quantidade de trabalhos que tive de entregar, não tive tempo nenhum para estudar. tive 2 exames esta semana e correram super bem, o último foi hoje (pago um jantar a toda a gente que ler isto se tiver abaixo de 20!) e foi matemática, o que é fácil para mim, mas o de amanhã seria de... sei lá, uma coisa estranha que é preciso decorar nomes e conceitos e frases e estudos que é preciso pensar muito para conseguir entender. ainda tentei estudar mas, 2h depois de começar, ainda só estava na 1ª folha e não sabia nada - isto também pode ser efeitos de ter adormecido quase às 4h da manhã e ter acordado às 8h. portanto, a não ser por obra de deus ex machina, eu não iria passar no teste. ou passaria com 10 e... não me apetece passar com 10. 

no entanto, senhoras e senhoras, toda esta - chamemos-lhe - renunciação teve efeitos positivos: aspirei e limpei o meu quarto todo a fundo. agora estou um bocadinho mais morta mas, já dizia baden-powell, "procurai deixar o mundo um pouco melhor do que o encontraste", neste caso, o quarto. com isto, é só para dizer que, caso não me chamem para entrar na casa dos segredos, o próximo post vai ser brevemente e não daqui a 1 mês e não vai começar como todos os posts têm começado e talvez até diga coisas úteis à sociedade e me torne, mais uma vez, apóstola da boa música nacional e da comida que vale a pena comer - provavelmente vou começar a fazer uma rubrica de toda a comida que descubro que é boa; por hoje, as propostas são: ervilhas tortas, pimentos (eu já sabia que era bom mas na pizza, senhores... na pizza!!!), pão de alho (sim) do mini-preço (completamente sim) e um gelado meio chocolate meio bolacha do lidl (a caixa traz 6 gelados e ao 2º dia eu chorei interiormente porque já tinha acabado com todos). a partir daqui, podemos concluir que eu não engordo por uma das 3 seguintes razões:
  • não como carne e, portanto, o meu índice de gordura é mais baixo do que quem come (isto foi uma professora minha que disse), pelo que, posso comer todos os doces que quiser (isto já fui eu que inventei);
  • tenho andado a dançar muito ao som do novo álbum dos amor electro, do janeiro e do miguel araújo com o antónio zambujo;
  • deus ex machina não iria atuar durante o exame que teria amanhã porque já atua demasiado na manutenção da minha linha.