por quantas mais dores menstruais terei de passar até passar a minha 1ª dor menstrual em nova iorque?

acho que bati o recorde de maior intensidade de qualquer coisa parecida a uma dor de cabeça do mundo. isto porque não sei se os extraterrestres também têm "qualquer coisa parecida a uma dor de cabeça", senão também podemos contar com o espaço fora desta coisa de formato geoide em que vivemos. estou na mesa da cozinha a escrever isto enquanto a minha gata está sentada de costas para mim, os sinos da igreja ao pé da minha casa estão a tocar e espero que as papas de maçã reineta cozinhem. cheira bem. acho que quando for ao masterchef, se fizer papas de maçã em todos os programas, ganho. não sei porque estou a escrever este post nem o que vou dizer - talvez esta "qualquer coisa parecida a uma dor de cabeça" esteja a começar a afetar-me a sério.

voltei! entretanto, o meu avô tocou à campainha, dei-lhe um queque para comer, estivemos a conversar, as papas de aveia acabaram de cozinhar e agora estou na posição mais confortável de sempre, meia-deitada meia-sentada, na minha cama, a minha gata está deitada à minha frente (virada para mim, agora) e o meu pai está sentado no fundo da minha cama a ver televisão - ter uma sala que também tem função de meu quarto tem destas coisas. esta noite dormi super mal porque o meu útero e todos os departamentos envolvidos em contribuir para dores menstruais decidiram fazer uma reconstituição da batalha de alcácer-quibir. se eu pudesse, podia reconstituir a personagem de d. sebastião nesta batalha mas acho que aqui sou o próprio recinto do combate, imóvel e condenada a levar com todos os tiros e artilharias. no entanto, a camila cabello acabou de lançar um documentário e eu acho que talvez isso melhore estas dores. ou então não, porque vai ser mais um tiro, do género "que tiro foi esse?". ok, cala-te, luísa!

o 2º semestre da faculdade começou esta semana e, até agora, gosto das disciplinas. tenho uma disciplina exclusivamente de matemática - adoro!!! - e uma rapariga super trabalhadora e que também gosta de matemática perguntou-me se podia ficar no meu grupo de trabalho. não pensei duas vezes e respondi que sim. ia responder "óbvio" mas acho que "sim" foi suficiente porque não sei até que ponto não me vou chatear com ela por ela ter começado a fazer as coisas antes de mim - isto porque é tão workaholic quanto eu. não queria admitir que me enganei 39732 a escrever "workahcoiso" mas... admito. hoje tive a primeira aula de áudio deste semestre. porra, que bem me sabe dizer isto: "a primeira aula de áudio deste semestre". sinceramente, apeteceu-me chorar de emoção naquela aula mas contive-me: finalmente, não passo as aulas todas a falar de sofrimento animal disfarçado com supostas leis de bem-estar e agora oiço falar de áudio, pós-produção de áudio e programas de som e, para melhorar, com um professor que estudou música, é super entusiasmado, tem experiência na área e ahhhhhh!! mostra-nos músicas giras enquanto as canta. hoje mostrou-nos músicas dele e de mais uns quantos artistas. a música que mais gostei era - tan tan tan taaaaan - em português, de um artista chamado valter lobo. é esta:


há pessoas que dizem que acham estranho eu gostar tanto de música portuguesa. as pessoas não têm noção deste tipo de tesourinhos que existem. com isto, acabei a descobrir que o meu blog está a transformar-se num promotor gratuito de artistas que fazem música em português... por enquanto!!! vou começar a cobrar: de quem eu falar num post, terá de ficar os próximos 6 meses a fazer-me a cama e a lavar-me a loiça!

blá blá blá national geographic, patrocina-me blá blá blá

ontem comecei a ler quando a neve cai do john green, maureen johnson e da lauren myracle e está bonito. tão bonito que vou pedir para que enviem todos os livros que têm para mim (o john green não precisa porque a minha prateleira de livros manda dizer que já está cheia dele) porque eu quero e vou suplicar para que o façam com pão de alho do lidl. até porque já vou na página 130 porque li ontem e hoje mal acordei.

hoje de manhã, o meu irmão comprou-me o primeiro exemplar da coleção bichos da national geographic (foi 1€). é bonito - bem, mais ou menos, uma vez que os bichos estão mortos, o que não é assim tão bonito. tão bonito que vou fazer uma manifestação em frente à sede da national geographic para que façam uma parceria comigo porque eu quero e vou suplicar para que o façam com bolo de bolacha. até porque fiquei demasiado interessada na coleção mas a minha carteira diz que não lhe apetece vomitar 8,95€ todas as semanas. mandei agora e-mail para a distribuidora da coleção a ver se os números que sobraram do ano passado são mais baratos - e se existem, pelo menos. às 18h vou à missa.

de um lado, está uma coisa nojenta e, do outro lado, está um escorpião dourado, o primeiro exemplar na coleção bichos da national geographic. a coisa nojenta é a minha unha que parece estar toda suja. e, na verdade, está mesmo, porque passo a vida com as mãos no chão e a limpar tudo. juro que para a próxima, coloco uma fotografia com unhas de gel bicudas e com purpurinas e autocolantes. é o tal ditado: quem mais jura, mais mente.

agora estou a ouvir o álbum giesta do miguel araújo. já devia ter ouvido isto há mais tempo. que coisa bonita, porra! tão bonita que um dia vai fazer uma música comigo porque eu quero e vou suplicar para que o faça com palitos de chocolate idênticos aos que estou a comer agora. e se não aceitar fazer um sotaquezão do norte bem forte na música, ainda acrescento mais uns quantos palitos de chocolate e de certeza que aceita. até porque estou agora a aprender a tocar a "será amor" (aqui) na guitarra e dei-a a conhecer ao meu professor de música que, tal como eu - mas não tanto quanto eu! -, acha a música linda.

amanhã vai começar a faculdade de novo e já fiz uma lista dos afazeres:

  • fazer perguntas aos professores em caso de dúvidas (probabilidade disto acontecer: 0. razão: vergonha. mas vamos fingir que vai acontecer!);
  • manter toda a matéria em dia;
    • nota para mim própria: luísa, estiveste quaaaase a conseguir fazer isto no semestre passado. vá, é só mais um bocadinho de paciência!
  • não me irritar em trabalhos de grupo;
  • não me irritar com professores menos pacientes;
  • fazer sempre os trabalhos de casa;
  • aprimorar as minhas técnicas cabulísticas - que já estão num nível bastante elevado. estou a brincar, obviamente que nuuuuunca utilizei cábulas!;
  • conseguir (outra vez! yaaay!) passar a tudo sem ter de ir a recurso a nada. 
    • nota para mim própria: luísa, se não conseguires fazer isto, só tens permissão para comeres morangos, queijo, bolachas com recheio de laranja e toda uma contínua lista de coisas que não gostas para o resto do mês e, caso chumbes a alguma coisa, para o resto do ano.
por enquanto, vou acabar de responder aos comentários em aprovação, continuar a ler quando a neve cai (era para ter lido no verão mas perdi a vontade quando começou a falar de neve... o título não foi suficientemente explícito para mim... duh!), encomendar pizza hut (tenho 40% de desconto! woohoo!), agradecer ao universo pelo miguel araújo existir e ter-me feito ter a ideia de ir ouvir o álbum dele e ver o festival da canção e ainda a casa dos segredos. amanhã, como só entro à tarde, de manhã ainda vou poder tocar guitarra e preparar-me mentalmente para o que aí vem (vantagens de quem acorda naturalmente e com a maior energia universal às 7h da manhã).

um post sobre coisas que não interessam a ninguém #3

era suposto andar a tomar todos os dias os comprimidos que o médico me receitou mas ando a evitar tomá-los porque gosto de sentir a vida a fugir-me das mãos, o coração mais rápido que uma corrida de fórmula 1 e, especialmente, de simular um tsunami ocular por nenhuma razão aparente. os outros gostam de lhe chamar ansiedade. eu chamo-lhe adrenalina da thug life. como quis desafiar a minha rebeldia, já não os tomo há 2 dias. aguentei bem e só no momento em que estou a escrever isto é que o meu cérebro e o meu coração estão a começar a trabalhar desordenadamente. já que não os posso despedir, estou a pensar se levam um processo disciplinar ou se apenas acredito que o karma lhes dará a vingança certa, isto é, não se poderem reformar aos 100 anos e terem de trabalhar certinho, sem erros nem vacilos para sempre, o que fará de mim uma vampira.

por outro lado, o meu estágio para uma futura vampira não está a ser concretizado com sucesso uma vez que, ao contrário dos vampiros que vivem durante a noite, os comprimidos fazem-me adormecer por volta das 21h e acabo por acordar às 7h. assim, acabei por adotar involuntariamente esta rotina de deitar cedo e cedo erguer - é um ponto a favor no meu currículo. também há outro ponto a favor: acho que estou (finalmente!) a passar pela minha puberdade vocal. aliás: a minha puberdade vocal está a trazer a voz rouca sexy que sempre desejei. quer dizer, ontem um amigo meu gozou com o meu riso ser muito fininho e uma amiga minha disse "pareces uma criança a falar" quando estávamos a falar por clipes de voz. mas eu acho que o que importa acima de tudo é acreditarmos em nós próprios e eu acredito que brevemente a minha voz já não vai ser uma das razões porque pareço ser pré-adolescente. e também é tudo uma questão de perspetiva. no outro dia fui passear com a minha mãe ao parque das nações e passámos a hora de almoço toda a rir (enquanto comíamos pans&company! ámen, pans&company!) por causa de uma gaivota toda assanhada que lá estava que parecia nossa guarda-costas e não deixava nenhuma outra gaivota, pombo ou qualquer espécie aviária aproximar-se de nós. essa gaivota tinha a voz bem mais fina que a minha. portanto, em relação a ela, já pareço uma senhora de 40 anos com voz de 40 anos. ei-la:


na verdade, mandei o vídeo aos meus amigos e eles disseram que a gaivota parecia eu - quero acreditar que seja em termos de coragem, bravura e firmeza (também são qualidades que tenho de pôr no currículo). mas também dizem que pareço o burro do shrek e, apesar de dizerem que é em termos de personalidade, eu sei que a voz também influencia a que o digam e, portanto, cada um tira as conclusões que quiser desde que giram à volta do facto de, no fim de contas, eu ter voz de senhora de 40 anos com voz de 40 anos ou voz de um burro forte e valente. contudo, tenho de confessar: sinto que foi o destino a enviar-me um sinal maligno quando, no outro dia, ao abrir o youtube, a página foi logo parar à página do (único e solitário) vídeo que tenho lá (aqui) e que estava com... nem mais nem menos que... 666 visualizações.

vamos seguir em frente e não vamos olhar mais para este assunto até porque, como a maioria dos segundos vividos na minha vida, há coisas que quero esquecer. tal como no outro dia em que encontrei o rui reininho no centro comercial e, no meio de uma multidão de gente, comecei a apontar para ele e a guinchar o seu nome. eu acho que ele não percebeu mas, se percebeu, acho que fez bem em não me ter ligado nenhuma porque não se sabe o que pode vir a seguir de uma pessoa estar a guinchar o nosso nome. passei o resto do dia a ouvir os álbuns dos gnr e a guinchar as músicas deles. um dia ou dois, antes ou depois, desse episódio, fui fazer análises ao sangue. para começar, tive de tirar sangue deitada e estava quase a chorar. a senhora que me ia tirar sangue disse que parecia uma criança. voz de criança, atitude de criança. foi exatamente nesse momento que decidi que vou aceitar que afinal sou mesmo uma criança e pronto. há coisas na vida que temos de aceitar. mas o pior aconteceu quando tive de ir à casa de banho fazer xixi para um frasquinho para fazerem também a análise à urina. não, essa não foi a parte pior. aliás, que bom é estar toda numa posição de kung fu enquanto se urina, enquanto se está concentrada a tentar acertar com o xixi num frasco para, no fim, se sentir o líquidozinho quente a escorrer pelas mãos geladas. ai, que elegância que a vida nos dá de presente em certos dias. a parte pior foi quando reparei que, ao lado da sanita, dizia "casa de banho em reparação". como era de manhã, o anjo do meu ombro estava ainda a dormir e só o diabo já estava acordado e, portanto, deu-me a ideia de, à porta da casa de banho, exclamar em plenos pulmões para o senhor da receção que estava do outro lado da sala de espera: posso puxar o autoclismo?

foi aqui que vi a minha vida do avesso. a minha mãe estava num misto de riso com um misto de vergonha. as pessoas da sala de espera estavam a olhar para mim como se eu fosse uma crian... ai, um extraterrestre. e eu estava a sentir-me incompreendida por duas razões: provavelmente as pessoas estavam a achar-me estranha e não perceberam que estava a salvar-lhes a vida para não terem de passar pela tristeza que seria ficarem encurraladas em cocó caso eu tivesse puxado o autoclismo sem ter autorização e não sabia se havia de o puxar ou não. as pessoas riam. o senhor da receção ria. a minha mãe disse "claro que puxas! não vais deixar aquilo assim!". tentei explicar a situação com todos os pormenores e pronto, o senhor deu-me autorização para puxar o autoclismo. mas fiquei com tamanho trauma que não sei se, caso volte a acontecer, hei-de perguntar para salvar as pessoas de um naufrágio em cocó ou se puxo o autoclismo e fico só a rezar para que nada aconteça - aliás, posso fugir entretanto ou, melhor ainda, enquanto vejo as pessoas a serem consumidas por cocó, qual areia movediça, fico a sambar à porta a vem meu amor das anavitória que está no novo ep de carnaval delas que, por acaso, está lindo e, por isso, tive de arranjar um assunto estúpido para conseguir falar dele aqui. elas disponibilizaram o ep todo no youtube mas a minha música preferida é esta:

tag: gosto e não gosto


a jane do blog SHIMBALAIÊ nomeou-me para a tag gosto e não gosto. obrigada, jane! :)

esta tag consiste em dizer 10 coisas aleatórios que gostam e 10 que não gostam. e tem algumas regras, como:
- ser o mais aleatório possível;
- ser o mais criativo possível (sem fugir da realidade);
- não repetir os mesmos temas;
- mencionar o blog que nos nomeou.

gosto:
  1. de sandes de batata frita, daquelas estaladiças de pacote;
  2. de jogar candy crush saga, candy crush soda saga, farm heroes saga e the sims;
  3. de bossa nova;
  4. de poemas;
  5. de dormir com 2 almofadas rijas;
  6. muuuuuito de acampar;
  7. quando riem do que digo;
  8. dar festinhas e falar com os animais;
  9. ver documentários sobre assassinatos e desaparecimentos;
  10. do som da escaleta (isto).

não gosto:
  1. de nenhum fruto vermelho;
  2. de ver séries (aborreço-me!);
  3. quando as pessoas comentam assuntos sem terem sequer pesquisado ou pensado bem neles;
  4. de café;
  5. quando a praia está cheia;
  6. de tomar banho (mas tomo e estou sempre cheirosa, obviamente!);
  7. da pressão das datas festivas, como o natal e a páscoa;
  8. de demorar muito tempo a conseguir fazer um acorde na guitarra;
  9. que as pessoas e os animais sofram;
  10. de crescer.

as pessoas que nomeio são:
Inês Indisponível // Indisponibilidade Total
Ana Rita Nascimento // Margherita
Nea // expecto minutiae

tragam o janeiro para me cantar todos os dias ao ouvido e já não tenho fases patetas

há uns tempos, portugal levou à eurovisão uma música chamada "há dias assim" da filipa azevedo (aqui). para mim, há fases assim. há fases boas, há fases más. e eu sei que tudo passa: o bom e o mau. tal como digo sempre, há pessoas e vidas em muuu(...)uito pior estado que eu. mas toda a gente tem os seus probleminhas e tudo o que afeta o estado emocional das pessoas é importante. de há uns tempos para cá, os meus dias não têm sido os mais fáceis por um acumular de coisas: tenho andado mesmo muito nervosa e chorado por tudo e por nada. há umas semanas fui a uma consulta de rotina e senti que ia desmaiar e comecei a chorar descontroladamente. a minha mãe, que assistiu a tudo, disse ao médico que andava muito nervosa e ele disse "pois... foi um ataque de ansiedade", disse o médico.  na quinta-feira, passei o dia todo com o olho direito a tremer. na sexta-feira, ao chegar a casa da aula de condução (que correu bem! yay!), não conseguia subir as escadas do meu prédio porque sentia a perna direita super pesada, o joelho e as pontas dos dedos da mão direita dormentes e, mais uma vez, chorava descontroladamente. fui logo ao médico e agora tenho de tomar um comprimido indicado para distúrbios de ansiedade e sintomas de agorafobia todos os dias e fazer uns exames.

tomar o comprimido não é a minha coisa preferida no mundo - até porque, como evito o máximo possível tomar comprimidos, aquilo faz logo efeito e fico a falar muito lentamente e cheia de sono e, por isso, costumo tomá-lo à noite. porém, durante o dia, apesar de estar calma, costumo ter o olho direito a tremer e, às vezes, começo a ter o pé direito dormente. ontem, fui fazer o raio x ao tórax e ao eletrocardiograma (eu estava super relaxada e a senhora disse "estás com o coração muito acelerado". ok...). falta fazer uma tac ao cérebro.

também ontem, depois de eu já estar despachada dos exames, o meu pai teve de ir para o hospital de urgência. se eu não tivesse reparado na pele acinzentada, nos suores e nele só a mexer no peito, ele não se queixava de nada. eu estava só a insistir mas ele não queria ir para o hospital até que lá cedeu. passou o resto da manhã e a tarde toda no hospital. o meu pai: a pessoa mais forte e corajosa que conheço. teve um ataque cardíaco. neste momento está à minha frente, sentado no sofá, bem. mas temi, por momentos, que esta fosse a pior "só uma má fase".

hoje acordei às 8h da manhã - os tais comprimidos fazem-me adormecer cedo e acordar cedo (lado bom!) - e está tudo calmo por aqui. acima de tudo, está tudo calmo com a minha gata (gordixa, eu sei, estou só à espera que abram as inscrições para o peso pesado).

estou a ouvir o ep do janeiro. o janeiro vai participar hoje no festival da canção. por enquanto, é ele o meu preferido, um bocadinho porque já conhecia as músicas dele (e adoro!) e quero que toda a gente conheça também, mas principalmente porque a música que vai levar ao festival é muito bonitinha (excerto aqui). só não digo que morro com a voz dele, a forma de cantar, aquela guitarra e a própria música porque depois já não estaria aqui a torcer para que ele ganhe. portanto, se ele ganhar, vou ficar muito feliz e vai ser um bom início de "fase boa". é bom sentir que a seguir desta fase estranha, vem uma fase boa. e porra, já está mais que na hora dela chegar - já tenho uma festa de boas-vindas preparada e tudo.

acho que o meu instrutor até já ganhou mais uns 87 cabelos brancos desde que me atura

por uma questão de superstição, quase ninguém sabe que estou a tirar a carta de condução, só os meus pais e o meu irmão. ando sempre de transportes públicos e não me importo muito mas há vezes em que quero ir a certos sítios e não posso porque não há transportes para lá ou quero ir a algum lado e não posso vir tarde porque a certas horas já não há autocarros e por aí adiante. inscrevi-me no fim de agosto e comecei a ir às aulas de código em setembro mas entretanto parei durante as aulas da faculdade porque era muita coisa acumulada. agora, como estou de férias desde janeiro, aproveitei para começar as aulas de condução obrigatórias para ir a exame de código.

na 1ª aula usei logo pedais, volante, mudanças e tudo e, apesar de estar com medo, adorei conduzir. aliás, ainda adoro conduzir mas a verdade é que cada vez mais chego a casa e apetece-me chorar e desistir. como não quero contar a ninguém que estou a tirar a carta de condução, tenho procurado vídeos no youtube ou blogs em que falem da sua experiência neste caso e raramente encontro. há bocado cheguei da minha 9ª aula de condução e, mais uma vez, estou com uma vontade gigante de chorar. sinto que ainda faço demasiadas asneiras para quem já está na 9ª aula: não vi que uma pessoa estava para passar na passadeira e o meu instrutor parou o carro de repente; um carro ia a sair de marcha-atrás do estacionamento, eu parei de repente porque íamos batendo e o instrutor ralhou comigo porque assim é que batíamos mesmo; o meu instrutor estava a dizer que eu tinha de meter os piscas mas eu pensava que ele estava a falar da situação em que estávamos atrás porque me tinha esquecido de meter os piscas e ele continuou a dizer e só depois é que percebi que era mesmo para pôr naquele momento e eu disse "estava a pôr" e, como é óbvio, eu não tinha percebido que era para pôr, muito menos tinha metido os piscas, mas com os nervos, que palerma, disse que já estava a pôr e ele reparou bem que não; um homem doido qualquer estava a andar na estrada junto ao passeio e, quando eu estava a passar, fingiu que se ia atirar para a frente do carro e começou-se a rir e eu nem consegui dizer nada com os nervos com que fiquei para juntar aos outros que já tinha. são pequenas parvoíces que acontecem e que se vão acumulando de aula para aula e que me deixam cada vez mais nervosa.

eu gosto de conduzir, não tenho medo mas o meu cérebro pára quando tenho de fazer muitas coisas ao mesmo tempo ou quando há alguma coisa que eu não estou à espera. e, às vezes, estou tão concentrada em ir direita na estrada ou com a cabeça em todo o lado (provavelmente a pensar na porcaria que fiz há 10 segundos atrás) que não vejo certos sinais ou as pessoas a esperarem para passar na passadeira. há tanta coisa a acontecer ao mesmo tempo e parece que não consigo lidar com tudo, que não tenho jeito e que só vou conseguir depois de andar a repetir exames atrás de exames.

no outro dia, tive aula com outro instrutor. foi a primeira vez que o carro foi abaixo. aliás, durante a aula, o carro foi 4 vezes abaixo. eu não sabia que os carros iam abaixo tão facilmente porque nunca tinha ido. o meu instrutor atual controla muito os pedais e às vezes parece que não me deixa cometer erros que, no meu ponto de vista, vão acabar por me ajudar. gostei da aula com o outro instrutor porque ele deixou-me errar à vontade e mostrou-me onde estava o erro e percebi melhor como funcionam as mudanças. o meu instrutor é bom mas eu sinto que estou sempre nervosa, sempre a pensar que vem um erro a seguir, que vou levar nas orelhas e que ele faz as coisas por mim e acabo por perder toda a pouca motivação que tenho. para além de que parece que já não tem paciência para os erros que faço estando já na 9ª aula. eu já chego a ter vergonha de ir para as aulas porque acho que ele odeia ter aulas comigo.

este post vem com aviso de perigo e material inflamável

neste fim-de-semana que passou, esteve cá uma prima minha que vive no estrangeiro e já não estava comigo desde os meus 5 ou 6 anos. ela é um pouco mais velha que o meu irmão e eles costumavam ficar comigo em casa nas férias enquanto os meus pais iam trabalhar. entretanto, perdeu-se o contato e, há pouco tempo, ela e a minha mãe voltaram a falar pelo facebook (esta é a parte boa do facebook para além dos jogos) e costumavam falar por video-chamada mas eu tinha sempre vergonha de aparecer e, portanto, só me viu quando chegou cá a lisboa. ela estava quase sempre em nossa casa e ia connosco para todo o lado, como se fosse irmã, e, portanto, há muita parvoíce que eu disse e fiz que ela ainda se lembra. ela contou que uma vez íamos no carro, estava montes de calor, as janelas estavam abertas e eu disse "ai, está a vir um fresco quente!". toda a gente se riu mas eu cá acho que a frase fez sentido. também estivemos a ver fotografias dessa fase esquisita da minha vida e, portanto, cá vai uma história de terror (está no "ler mais" porque ninguém é obrigado a ver desgraças):

querida luísa de 15 ou 16 anos,

apesar de estares perto dos 20 anos, sei que, no teu cérebro, pessoas com essa idade parecem já ter 3 filhos e estarem prestes a assinar contrato para uma casa maior porque mais um vem a caminho, parecem já ter viajado por todo o mundo, passado por 294782 empregos e saberem tudo o que é suposto pagar ao estado ou lá o que é.

acalma-te. daqui sou eu. aliás, daqui sou tu com 21 anos e vim só dizer que nesta idade não tens filhos e, na verdade, o instinto maternal só te toca durante 2 segundos e depois passa, não tens casa própria e, em vez disso, fazes planos de comprar uma autocaravana para onde dormires onde quiseres, vais deixar de comer carne como sempre quiseste e vais continuar obcecada pela camila cabello mas desta vez toda a gente vai saber quem ela é. continua apaixonada pelo rapaz que gostas e que é todo tímido porque a vossa história (que vai ter um fim estranho, desculpa...) é fofinha mas vais-te rir se te disser que agora ele é modelo - e, parece que não, mas vais gostar menos dele aos 21 anos. ainda vai acontecer muita coisa: boa e má, e tu vais conseguir ultrapassar tudo.

mas não estou aqui para te contar fofocas nem para estar com conselhos profundos. vim aqui para te contar o que vai acontecer no início dos teus 20 anos (provavelmente vai acontecer até aos 30 ou mais, mas ainda não cheguei lá): a tragédia, o drama, o terror, o infortúnio, a desgraça, a catástrofe, a calamidade. aqui vai: aos 21 anos vais continuar a parecer ter 15 ou 16 anos. vais gostar mas, às vezes, em situações que gostavas de ser levada mais a sério vai ser um bocadinho chato. hoje é sábado e só esta semana 4 pessoas pensavam que tinha menos idade: "pensava que tinhas 15 ou 16 anos...", "e que fazes? estás no secundário?", "ia dizer que não tinhas idade para estares aqui... uns 15 anos...", "agora que me disseste isso, já sei que tens mais idade mas... dava-te 16 anos". sim, vais ouvir isto aos 21 anos.

eu sei que é estranho porque quando eras mais nova, as pessoas pensavam sempre que eras mais velha. mas é assim a vida: quando fores mais velha, as pessoas vão pensar que és mais nova. como se tivesses parado no tempo, sabes? sinceramente, ainda não percebi porque acontece e também ninguém sabe explicar. há quem diga que é pela voz de passarinho (não, a tua voz não se vai tornar rouca e sexy milagrosamente como sempre desejaste) mas não deve ser porque há pessoas que nunca te ouviram a falar que dizem o mesmo. também não deve ser por ter 1,59m (sim, vais continuar com a mesma altura) porque há tantas outras pessoas com a mesma altura que parecem mais velhas. se calhar, tem a ver com meteres sempre protetor solar e assim a pele não envelhece tão rápido. ou com nunca usares maquilhagem. ou andares sempre de sweatshirt e ténis - sim, mesmo em situações que pedem vestidos e saltos. se não for pedir muito, começa a usar saltos altos e a ver tutoriais de maquilhagem. aos 21 anos, não percebo nada disso mas, se me fores adiantando o serviço, talvez aos 30 já consiga parecer ter 18 e já leve vestidos de lantejoulas, saltos altos de 30 cm e faça maquilhagens complexas a toda a gente. tens 21 anos e nem sabes para que o pó compacto serve. não há mal nenhum em não usar maquilhagem mas talvez te fizesse parecer um bocadinho mais velha. mas olha, há uma coisa que espero que nunca tenhas ideia de utilizar: creme anti-idade. por favor, nunca ponhas nem uma gotinha disso em ti.

não acabo 2018 sem ter umas aulas de etiqueta social

tenho umas manias um bocado estranhas em público. vá, mais ou menos estranhas. pronto, ok, muito estranhas. antigamente, estar em público, no meio da rua ou na escola, era como estar no meio de uma selva cheia de leões e javalis, em que me tinha de safar de qualquer maneira e, então, acabava por ter manias ainda mais estranhas mas, felizmente, comecei a tomar consciência delas e agora estou mais concentrada no que faço ou digo. contudo, ainda não consigo estar totalmente relaxada e há coisas que faço ou digo que não consigo controlar:

  • o metediço thanks. normalmente, digo obrigada, mas só acontece quando sei que vai acontecer alguma coisa para eu o dizer. se for a uma mercearia, sei que vou ter de agradecer no fim das compras e, portanto, digo obrigada porque já o previ. no entanto, se alguém nessa mesma mercearia se afastar para eu passar num lugar estreito, como eu já não previ que aquilo ia acontecer, digo thanks. no outro dia, um professor meu abriu-me a porta para eu passar e eu disse thanks. mas isto não é assim tão linear: quando prevejo que algo vai acontecer, digo o que quero e, em caso contrário, lá se intromete o indesejado thanks. nas duas vezes em que fui tocar e cantar, depois das pessoas baterem palmas, eu disse thanks. óbvio que eu já sabia que ia agradecer, nem que fosse pelos minutos que as pessoas estiveram a ouvir-me, mas acabo sempre a dizer thanks. porquêêêêê??????
  • movimentos estranhos. talvez as pessoas pensem que estou a arrumar alguma coisa. de grande valor. que acabei de roubar. ou então talvez pensem só que sou awkward, mesmo. mas é isto que acontece quando estou sozinha na rua e encontro alguém que não estava à espera ou alguém mete conversa comigo sem estar à espera: movimentos estranhos. confesso que isto acontece frequentemente porque, por alguma razão, as pessoas costumam meter conversa comigo: para perguntar alguma coisa, ou simplesmente para meter conversa em paragens de autocarro ou no autocarro. e, portanto, luísa sofre. ontem, estava na paragem de autocarro sozinha e chegou uma senhora e perguntou-me se um determinado autocarro já tinha passado e eu, obviamente, comecei a gaguejar e respondi "ah... ah... não mas... mas ele costuma passar mais ou menos a esta hora... deve estar quase!". e continuámos a conversar sobre os autocarros e sobre as expressões brasileiras (porque ela era brasileira). depois, quando o autocarro que a senhora queria chegou, ao entrar, ela disse-me "bom dia, boa semana" e eu, que tinha as mãos no bolso, acenei com a mão no bolso. mas não foi um simples acenar, acenei mesmo com toda a fé. o meu cérebro deve ter pensado "tens frio. mantém a mão no bolso. no entanto, dá tudo de ti para a senhora perceber que queres acenar". e ficou assim: awkward.
  • o não-galanteador piscar de olho. e não vou falar muito nisto porque é embaraçoso só de pensar. há pouco tempo, eu nem sequer sabia piscar o olho. não sei como descobri como se fazia mas foi a pior coisa que aprendi. o pior momento em que isso aconteceu foi quando estava a fazer um trabalho de grupo e pedi a um professor (relativamente jovem) para explicar uma coisa e, no fim, disse "ok, ok" e... pisquei-lhe o olho. foi estranho. muito estranho. quando, minutos depois, ele voltou ao nosso grupo, nem sequer olhou para mim. e isto acontece mais vezes do que gostaria. não falemos mais sobre isto. aiiiii!
  • os meus temíveis dentes de coelho. ninguém sabe mas na minha vida passada fui um coelho. um coelho que não tinha como gastar os dentes e então ficou com os dentes gigantes que, por acaso, foram transportados para a minha vida atual. é por isto que tenho dentes de coelho. e, muitas vezes, faço aquela típica cara de coelho. já dei comigo a fazer esta cara para um pombo. um pombo que estava no local errado à hora errada e que não merecia ter presenciado tal acontecimento. ainda não percebi porquê nem em que situações. mas eu sei. é estranho. e assustador, provavelmente.
como diria o outro, "em jeito de conclusão, podemos concluir que" o melhor a fazer é ficar trancada em casa para sempre porque sou um perigo para as relações humanas, em particular, e para as regras sociais, no geral. 

uma boa ideia seria aproveitar as férias para aprender a fazer twerk

gosto muito de ler as crónicas do miguel araújo para a revista visão (estão aqui). nesta crónica, ele escreveu:

grande é um elefante, uma girafa, a muralha da china... uma molécula, se a perspetiva mudar.

que grande é um elefante quando o vemos num safari, que pequeno é quando o vemos numa fotografia junto a uma girafa. que comprida é esta mesma girafa quando a vemos a conseguir alcançar as folhas que estão tão alto nas árvores, mas que pequena se torna quando as vemos de um avião. e que comprida é a muralha da china quando a vemos ao vivo, que curta se torna quando a vemos pregada ao mundo, num qualquer globo. que impercetível é uma molécula quando olhamos para as nossas mãos, que gigantes as descobrimos quando as vemos num microscópio ou percebemos que somos feitos por elas. e que colossais são os nossos problemas quando os sobrestimamos, quando só olhamos para o nosso umbigo ou quando não olhamos para o lado para percebermos o que está realmente a acontecer no mundo. 

acho que nunca dei muita importância aos meus problemas - pelo menos, a partir do momento em que comecei a perceber que os problemas são meras fases, que passam, que não duram muito tempo, quanto mais eternamente. às vezes, tudo o que precisamos é de conversar para nos sentirmos um bocadinho melhor em relação aos nossos, tão proclamados, problemas. que são lá esses, os nossos problemas, ao lado dos que realmente os podem chamar assim: os que têm fome, os que vivem no meio da guerra, os que têm doenças tramadas. 

por enquanto (por enquanto!!! não é para sempre!), não posso fazer a minha música a sério. não consigo perceber se está realmente como quero que esteja, não a gravo, não passo os dias a fazê-la. mas há coisas boas: consegui ir juntando o meu dinheiro para agora ter o mínimo de instrumentos que preciso para fazer música (ahhh!! quero uma escaleta!!). consigo ter ideias novas para músicas e letras regularmente. sei que é uma questão de tempo (e falta pouco) até ter o meu espaço para fazer o que quero. há quem não tenha nada disto. se não fiz sequer metade da metade da metade (...) da metade do que queria até agora, não foi porque não quis, mas porque não posso. quando puder, não vou fazer o que posso, mas sim o décuplo disso. e de certeza que vou dar muito mais valor quando chegar todo o tempo e espaço.

até lá, olho para as coisas boas: 

  • tenho ouvido muita música nova inspiradora.
  • conduzi um carro pela primeira vez. foi muito divertido mas não foi muito boa ideia porque acabei a descobrir que sou um verdadeiro perigo - sem perceber, descanso (literalmente!) o pé no acelerador e, como adoro velocidade, sem dar por isso, cheguei a velocidades não muito recomendáveis para quem nunca tinha conduzido. mas não matei ninguém, nem parti nada. 
  • ganhei 1 litro de santal de laranja no supermercado. 
  • a minha gata aquece-me sempre a cama antes de me ir deitar à noite.
  • o meu professor de música emprestou-me um livro sobre o caso da madeleine mccann. adoro este caso! depois de ler o livro, vou rever todos os documentários e, quando já tiver visto todos, vou partir para o caso do rei ghob!

mas calma, como assim vou ter tempo para rever todos os documentários sobre a maddie e começar a ler sobre um novo caso? porque... tan tan tan taaaaaaan: finalmente saíram todas as notas eeeeee... passei a tudo!!! à primeira, por avaliação contínua, sem ter de ir a exames a nada! a verdade é que fiz de tudo para manter sempre a matéria em dia e, às vezes, ficava até de madrugada a estudar quando, no dia seguinte, tinha de acordar cedo. mas verdade seja dita: valeu a pena. não me estava nada a apetecer ter de rever o que estudei para ir à faculdade fazer algum exame e passar por toda aquela tortura que é ter de esperar pelas notas. em 3 anos na faculdade, este foi o 1º ano em que não tive de ir a exames e as minhas notas não foram assim tão más: 11, 13, 13, 14, 14, 15. não são a melhor coisa do mundo mas eu só quero despachar o curso para ir para a música. no próximo semestre, vou tentar fazer a mesma proeza e, como por essa altura já vou ter o tão esperado espaço para fazer música e tendo em conta que só vou de férias em setembro, vou ter 3 meses para fazer 10 álbuns e ainda os remixes dos álbuns todos. e por favor, espero ter oportunidade para ir a um concerto dos hmb este ano!