coisas mais ou menos, assim-assim, um pouco ou bastante relevantes que aprendi este ano

praia de paço de arcos, 30 de novembro de 2019

se houver alguém a dizer "2019 foi um ano maravilhoso", fica já aqui o aviso: essa pessoa não vou ser eu. dos 23 anos em que ando a rodopiar com este planeta, 2019 foi o ano mais estranho em termos de - ora bem... - tudo. foi esta a causa de eu ter desaparecido do blog durante uns (largos) tempos, qual d. sebastião em noite de nevoeiro? foi, sim, senhores reguladores da blogosfera. no entanto, vamos lá cumprir aquilo que o título deste post promete, ou seja, falar sobre coisas que aprendi neste ano - assim meio que - tresloucado:
  • as nossas vontades mudam e está tudo bem. porque não somos os mesmos que éramos há 2 meses, 2 anos ou 2 vidas atrás e, à medida que vamos conhecendo outras coisas, pessoas, possibilidades, os nossos gostos mudam, a nossa música preferida muda, o destino da nossa viagem de sonho muda, a nossa profissão de sonho muda. e sabem que mais? está tudo bem.
  • esperarmos pela aprovação dos outros, só nos vai prejudicar. deixa-nos lentos no que queremos fazer, faz-nos rejeitar ideias que podiam funcionar, atrasa-nos por nos fazer pensar no que os outros vão pensar. eu tinha muito o hábito de fazer as coisas e ir pedindo opiniões à medida que as fazia por falta de confiança. deixei-me disso: agora faço tudo como achar que é melhor, confio no que faço e nos meus gostos pessoais e só no fim é que peço opiniões. se concordar: mudo. se não concordar: não mudo. e tem corrido otimamente. 
  • não temos o dever de cuidar de ninguém. este ano foi (também) muito marcado por me ter afastado de uma pessoa. era uma pessoa com quem eu me dava muito mas era muito (MUITO!) negativa, o que me estava a afetar profundamente todos os dias. só que a pessoa era obcecada por mim e sempre que eu me tentava afastar, chorava e manipulava-me e, por várias razões, eu ficava com pena e acabava por dar o braço a torcer e continuar naquele ciclo. tenho a certeza que tentei o meu melhor para que a pessoa se cuidasse mentalmente mas chegou a um ponto em que todos os problemas estavam a vir para mim e, mesmo assim, eu continuava... até ao dia em que decidi que ia embora e fui. a pessoa continua a querer orbitar à minha volta, tenta chegar a mim de todas as formas (o que também me perturba - muito!) mas espero que, em breve, tudo passe. com isto aprendi que, obviamente, devemos cuidar de quem está menos bem mas não é nossa obrigação mantermo-nos presentes se isso também estiver a afetar a nossa vida.
  • é essencial estarmos rodeados de (boas) pessoas. dizem que somos o resultado das 5 pessoas com quem mais convivemos - este ano fez-me não duvidar dessa teoria por 1 segundo que fosse. a certa altura, com todas as coisas menos boas que estavam a acontecer, senti-me muito sozinha e eu, que pensava que era o alex supertramp dos tempos modernos, descobri que essa liberdade tem outro nome: solidão. depois desses tempos e com a entrada de um novo ano escolar, comecei a fazer mais amigos - daqueles com quem nos rimos imenso, com quem temos conversas profundas e que têm a força extra que às vezes precisamos guardada numa caixinha de papel para ser mais fácil de a tirar mal precisemos dela - e agora assumo que sou um dos 101 dálmatas e não consigo passar muito tempo sem amigos à minha volta.
  • em primeiro lugar, eu. não ao ponto de sermos egoístas e ignorarmos as necessidades dos outros em troca das nossas vontades. trata-se de nos pormos em primeiro lugar para que tudo o que temos a fazer seja feito e para que o nosso coração (e cérebro) tenha o sangue a bombear a um bom ritmo e não em modo tgv. é completamente normal as pessoas errarem mas também é normal que comecemos a ficar com um (ou dois) pé atrás quando as bandeirinhas de perigo iminente começam a aparecer, em vez de estarmos constantemente a oferecer bandeirinhas de paz à pessoa.
  • responsabilidade afetiva. basta dizer isso. é importante? não. é importantíssimo. falar sobre os nossos sentimentos e sobre a importância que alguém tem (ou não) na nossa vida é uma forma de proteção nossa e uma forma de cuidarmos dos outros. volto a repetir: é importante? não. é importantíssimo.
  • é importante termos um momento para nós. seja de manhã, à tarde, à noite, seja por 10 minutos ou por 3 horas. é o que nos fizer sentir melhor. este ano descobri que quando acordo à pressa, despacho-me à pressa e vou para a escola à pressa, o resto do dia é todo feito à pressa (mesmo que ela não seja precisa). por ter um horário que me facilitou, neste último semestre pude começar a acordar com mais calma, a fazer exercício logo pela manhã (e quem diria que esta pessoínha peçonhenta ia gostar de exercício, não é mesmo?), a preparar o pequeno-almoço com calma... e o resto do dia é passado com mais calma e só há pressa quando ela tem mesmo de existir (porque também há momentos assim).
  • o amor romântico é bonito mas também é perigoso. e consegue fazer com que todos os aspetos da nossa vida e do nosso dia-a-dia dependam dele se deixarmos que ele tenha as rédeas daquilo que sentimos. talvez por ser algo químico que acontece no nosso cérebro, torna-se viciante e é um pouco - ou seja, muito! - difícil ignorar os - chamemos-lhes - "efeitos colaterais do amor" (e agora, podemos vomitar de riso com esta expressão) mas, já dizia alguém - ou seja, toda a gente! - o que tem de ser, tem muita força, e temos de nos focar de forma a dar prioridade ao que realmente tem prioridade na nossa vida. no fim do dia (e da vida, em geral), o importante é que sentimos amor.

1 comentário:

  1. Bem-vinda! Já tinha saudades de te ver por aqui :)
    Vendo sempre o lado positivo, foi um ano cheia de aprendizagens. E isso é muito importante

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