das coisas pequeninas de valor gigante

um dos meus pontos altos deste ano foi ter ido a um concerto das anavitória quando elas estiveram cá em lisboa. quando soube que elas vinham, marquei logo o dia para ir. não podia faltar. não. podia. faltar. já as conheço há tempo suficiente para não saber dizer há quanto tempo. o dia em que decidi ouvir o álbum inteiro delas foi também o dia em que a minha música se tornou mais sincera - despida de receios das palavras. passei a falar de amores que vão, da rispidez quente da vida, de saudades de amores e da vida. não sabia se aquela era a única vez que podia vir a ver e, então, fui.

adoro ir a concertos com a minha mãe. às vezes, parece que ela entra num mundo à parte nos concertos: canta palavras que nem sabe, dança sem pensar que ninguém está a ver e, se pensa, dança ainda mais. fomos cedo para a fnac e, então, conseguimos ficar nos lugares privilegiados. a minha mãe só sabia que eram cantoras, uma morena e outra de caracóis. não sabia nenhuma música. elas entraram no palco e tiveram ainda de fazer o soundcheck com toda a gente a assistir. ainda não tinham começado a cantar realmente e a minha mãe já estava a adorar. mas mal começou a sério, lá estava a minha mãe a cantar palavras que não sabia e a dançar.


o concerto foi pequenino mas foi mágico. talvez fosse da intimidade do concerto, mas eu acho que foi mesmo delas: a energia, o ar, a magia delas. como estávamos nos tais lugares privilegiados, no fim, podemos logo ir falar com elas. a minha mãe conversou imenso com elas e abraçaram-se. eu só falei um bocadinho (mas o suficiente) e tirámos uma fotografia a fazer caretas (ficou demasiado grave para eu própria autorizar a que saia da mera galeria do meu telemóvel). quando nos despedimos, dei um abraço a cada uma. a ana, a morena da guitarra, abraçou-me com força naqueles 5 segundos que pareceram horas. horas bem passadas. sabe bem quando gostamos de um artista e o artista é ainda melhor ao vivo do que aquilo que já conhecíamos - e já gostávamos. sai dali feliz. feliz porque a minha mãe estava feliz. feliz porque, mais uma vez, tinha encontrado mais um ramo da minha própria árvore musical.

agora, é estranho (mas bom) ouvir tantas vezes a trevo (tu) na rádio. elas foram tão acolhedoras que acabo sempre a ser transportada para aquele dia e parece que estão duas amigas minhas a cantar na rádio do carro. a minha mãe, claro, começa a cantar (agora já sabe a música), a bater palmas e a dançar. ah! e já agora: o agente delas também é o agente do tiago iorc e, então, pedi-lhe para que ele fosse o próximo a vir e ele sorriu. vou pensar que aquele sorriso foi um "sim", que vem em 2018 e que, portanto, vou-me casar no próximo ano.

8 comentários:

  1. Deve ter sido mesmo um bom momento. Embora não sejam o meu género de música preferido, gosto muito da voz e do som, combina muito bem com elas :)
    Bom ano :)

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  2. Um dia vais presa por estares casada com tantos gajos ao mesmo tempo.

    P.S. coitada da tua mãe, que tem que te aturar. eheheheheheh

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  3. Só tive a oportunidade de as ouvir ao vivo quando estiveram presentes no concerto do Diogo Piçarra, no Coliseu do Porto, mas adorei a energia! Só as conheci graças ao «Trevo (Tu)», mas desde aí que me tenho deliciado a descobrir o trabalho delas *.*
    É maravilhoso ter oportunidades dessas, valem o mundo!

    r: É só desafiares-te :D

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  4. Parece ter sido realmente um concerto mágico. Não conheço muito a música delas, mas fiquei curiosa por ir espreitar :)

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  5. Esses concertos intimistas são, por norma, muito melhores! Por acaso acho que nunca ouvi nada delas mas tenho que tratar disso rápido!

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  6. Elas são tão lindas mas tão lindas, por dentro e por fora. Puraaas ♡

    R: Mais que bom,enche o coração!

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  7. Que sorte, elas são fantásticas!

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