sim, a minha gata chama-se rita - e aposto que não se importa

- olá.
- olá. - sorrio.
- como te chamas?

e é sempre neste exato instante que o meu dilema irresolúvel regressa à superfície, o que acontece frequentemente - ou mais vezes do que é suposto.
- ana luísa... - respondo, já a prever qual é a fala que vem a seguir, qual raven baxter.
- e preferes ana ou luísa?
- como preferires. - já o digo automaticamente.
este "como preferires" é o passaporte direto para me chamarem "ana luísa" até eu dizer para não o fazerem, ou seja, para sempre porque nem eu sei qual seria a alternativa que preferia. nunca gostei que me chamassem pelos dois nomes juntos. se fosse verónica vanessa talvez fosse mais fácil. mas ana luísa não me facilita a vida. houve momentos em que me chamaram "mona lisa". houve momentos (também conhecidos como sempre) em que não estava atenta em alguma aula e dava um salto da cadeira porque pensava que o professor me estava a chamar quando, na verdade, estava só a dizer "analisa" a algum colega de turma.

quando ainda não passava de 1,50m, não gostava de luísa. agora, com mais 9 centímetros, não gosto de ana. há muitas anas - sempre tive muitas anas na turma, toda a gente tem alguma ana na família, é impossível encontrar alguém que conhecemos procurando apenas "ana" no facebook, no meio de tantas anas que há (a não ser que passemos toda a noite a procurar - e mesmo assim duvido que se encontre!). portanto, das minhas duas décadas vividas, grande parte delas foram passadas a ouvir a palavra ana e, mesmo sendo um nome com duas sílabas, de tão pequeno parece apenas uma. se me chamasse verónica vanessa, podia fartar-me de uma sílaba de cada vez e já não tinha este problema.

quando entrei no ensino - dizem - superior, decidi que me ia apresentar como luísa. claro que algumas vezes falhei e disse que me chamava ana luísa. dali a chamarem-me ana luísa, não durou muito. agora chamam-me ana luísa, ana ou luísa. acho que esta complicação vem de não ter cara de nenhum deles. quando olhamos para um frigorífico, o frigorífico tem mesmo cara de frigorífico e é impensável chamarmos-lhe árvore. acontece o contrário comigo. mas luísa soa-me melhor - é um nome mais musical (sim, foi certamente em mim que os D.A.M.A se inspiraram para fazer aquela canção), mais poético e não tão comum, pelo que não corro tanto o risco de ficar a andar às voltas a olhar para todo o lado no meio da rua porque alguém está a chamar alguma ana aos gritos na rua e, mais uma vez, não era eu.

se calhar, amanhã já estou farta e quero que me chamem "da" ou um dos meus outros dois nomes. ainda bem que tenho 5. mas, por enquanto, chamem-me luísa.

7 comentários:

  1. Luísa é um nome tão lindo! Gostei tanto desta apresentação :)

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  2. gosto de te ver com uma nova cara! mesmo mesmo muito <3

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  3. reparei agora que este post não apareceu no meu feed de leitura, pequena... quando clico no blog (na lista para ver os post publicados) só aparece aquela parte do braille

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  4. Tens parte do meu nome também, mais não digo eheh

    r: Não dá? :o
    Why? :(
    Apagado então!

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  5. E quase sempre assim: não gostamos do nosso nome - ou de um dos nossos nomes - e, ironia do destino, também é quase sempre esse que "pega de estaca", sobretudo entre pessoas que se apercebem de que detestamos ser ana, luísa, ana luísa, ou josé g..... (nem me atrevo a escrever o resto do "g..." para não dar ideias ao pessoal. xD
    Se te conheço? Claro! Quem não te conhecer, que te compre. Até escrevi os nomes em minúsculas, para me sentir mais à vontade. Só tenho duas seguidoras que escrevem os nomes e iniciam os parágrafos com minúscula. Uma és tu, a outra anda "travestida" de "ernesto", mas foi muito conhecida (antes de dar o blog e os amigos ao desprezo lol) por Cinderela. Ambas escrevem muito bem, embora por vezes se deixem levar numa onda mais "pindéricoromântica", se bem que a paixão de uma é bem diferente das paixões da outra. E com isto arrisco-me a levar porrada, ou ser expulso... ou ambas. eheheheh
    "Prontes", luísa (ou ana... ou ana luísa), só tenho a dizer que gostei muito deste texto. É comprido, mas não é chato, como o peixe-espada (porque é que tenho que ir sempre confirmar se peixe-espada leva hífen? lol). Sei que vai ser difícil, mas espero que continues neste registo. Sei que é difícil, porque eu já tentei tantas vezes quantas as que mudei de blog, mas o nosso "eu" acaba por tomar conta da escrita e, quando nos apercebemos estamos novamente a falar daquilo que verdadeiramente nos aflige. Uns é a saúde, outros as paixões e outros, ainda, são as incertezas do futuro. Nós somos nós e as nossas circunstâncias. Não adianta fugir, porque, como diziam os Da Weasel, podes fugir, mas não te podes esconder.
    Vou-me embora. Já escrevi quase tanto como tu e hoje estava a pensar apanhar embalagem e escrever um texto com pés e cabeça. não sei se vou conseguir, depois de descarregar aqui quase toda a minha bagagem pseudointelectual (também tive que ir confirmar e não leva hífen eheheh).

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  6. Oh Luísaaaa! Luííííííísaaaa!!! eheheh

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  7. Tenho Ana no nome e cada vez que alguém que não me conhece bem (os que conhecem sabem que prefiro ser chamada pelo 2º nome) me chama Ana apetece-me dar-lhe um tiro xD

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